Jogar para ganhar e ver os nossos atletas a darem tudo em campo para conseguirem a vitória. Resumindo de forma muito sucinta, eu diria que estes são os dois pilares de exigência mínima que os adeptos dos clubes grandes têm em relação às suas equipas. Quando um destes dois ingredientes não é servido aos Sportinguistas, temos um problema. Um grande problema. Infelizmente, isto tem acontecido nas últimas jornadas da Liga.
Chegamos ao Natal...
Quer-me parecer que os Sportinguistas ainda não se aperceberam que o clube vive neste momento uma enorme crise de resultados. Nas últimas 4 partidas do campeonato, vencemos apenas um jogo. São apenas 4 pontos em 12 possíveis. A série negra começou com a derrota em Guimarães. Depois vencemos com dificuldade o Belenenses (2-1), perdemos com o Tondela e empatamos com o Porto.
Se o Sporting tivesse vencido estas partidas seria hoje líder isolado do campeonato. E é sobre isto que devemos reflectir, analisando o que foi o comportamento da equipa nestas partidas.
Vitória de Guimarães
A máquina goleadora de Marcel Keizer ficou pela primeira vez em branco, num jogo em que tivemos a felicidade de ter na baliza um inspirado Renan Ribeiro, que impediu uma goleada das antigas. Foram 5 enormes defesas. Aqui ficam elas.
Se em termos defensivos a coisa foi má, em termos ofensivos foi ainda pior. Só Raphinha em duas jogadas individuais conseguiu criar algum perigo, numa partida em que o Sporting fez apenas 2 remates enquadrados com a baliza adversária. Um resultado sem margem para dúvidas que só pecou por escasso.
De seguida mais uma exibição cinzenta em Alvalade contra o Belenenses, mas onde se conseguiu uma vitória pela margem mínima. O pior estava reservado para a semana seguinte.
A partida com o Tondela foi a maior vergonha da época. É inadmissível que se perca um jogo destes numa fase tão importante da época. Não há desculpa para se oferecer três pontos extra de vantagem ao Porto antes do clássico de Alvalade. Ainda por cima contra uma equipa que nunca tinha vencido o Sporting. Para ajudar à festa, jogamos contra 10 durante 40 minutos mais os descontos. Durante esse período ainda conseguimos o feito de sofrer mais um golo. Inqualificável.
Para além de todas as falhas de abordagem ao jogo, falhas de concentração, jogadores displicentes, etc, há um assunto que merece análise, até porque poderia ser decisivo no desenrolar do jogo.
A não convocatória de Luís Phellype, que nesta altura já tinha 15 dias de Sporting foi inexplicável. A lesão de Bas Dost e o regresso de Montero à competição após lesão "obrigavam" Keizer a convocar o avançado. Pior do que a decisão, só a explicação de Keizer:
"O Luiz Phellype vem da segunda liga, ainda não está perfeitamente adaptado ao Sporting. Não se pode vir da segunda liga e jogar logo no Sporting. Foi por isso que não o convoquei. Trouxe o Montero que é um grande avançado".
Se "não se pode vir da segunda Liga e jogar logo no Sporting", porque raio é que se foi buscar o jogador. Que tipo de reforço é este?
De facto, Luiz Phellype vem da 2ª Liga. Competição onde foi o melhor jogador nos meses de Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro e onde ainda é o melhor marcador. E não falamos de um jogador inexperiente na principal divisão do futebol português. Na realidade o avançado brasileiro já participou em 4 edições da Liga Portuguesa onde fez 47 jogos e marcou 11 golos. Falamos de um atleta que inclusivamente já marcou ao Benfica e ao Braga. Ainda para mais, o Sporting jogava num terreno dentro daqueles que se encontram na 2ª Liga e contra uma equipa cujo "tipo de futebol" é um clássico da segundona. Como se tudo isto não fosse suficiente, Marcel Keizer chegou ao cúmulo do ridículo quando colocou os centrais do Sporting na posição de ponta de lança no final da partida. Pior ainda foi convocar o jogador para o jogo com o Porto dias depois. Portanto, não estava pronto para jogar com o Tondela, mas estava pronto para jogar com o Porto. Tá certo.
Saliento esta decisão para expressar a minha profunda preocupação por ter no banco do Sporting um treinador que só no final do jogo é que percebeu que precisava da presença na área de jogadores mais dotados fisicamente. Algo que todos os adeptos de futebol em Portugal já sabem desde o berço. Assim como sabem que colocar um avançado no eixo do ataque cuja principal valência é a velocidade, frente a uma equipa como o Tondela é ridículo, uma vez que este tipo de equipas joga num bloco baixo e compacto, não permitindo grandes espaços. Por tudo isto, eu diria que 99% dos Sportinguistas tinham levado Luís Phellype para jogo. Um ponta de lança habituado ao confronto físico na área e com capacidade de finalizar as jogadas. Pelo menos deve finalizar melhor do que qualquer central do Sporting, digo eu.
De seguida mais uma exibição cinzenta em Alvalade contra o Belenenses, mas onde se conseguiu uma vitória pela margem mínima. O pior estava reservado para a semana seguinte.
Tondela
Para além de todas as falhas de abordagem ao jogo, falhas de concentração, jogadores displicentes, etc, há um assunto que merece análise, até porque poderia ser decisivo no desenrolar do jogo.
A não convocatória de Luís Phellype, que nesta altura já tinha 15 dias de Sporting foi inexplicável. A lesão de Bas Dost e o regresso de Montero à competição após lesão "obrigavam" Keizer a convocar o avançado. Pior do que a decisão, só a explicação de Keizer:
"O Luiz Phellype vem da segunda liga, ainda não está perfeitamente adaptado ao Sporting. Não se pode vir da segunda liga e jogar logo no Sporting. Foi por isso que não o convoquei. Trouxe o Montero que é um grande avançado".
Se "não se pode vir da segunda Liga e jogar logo no Sporting", porque raio é que se foi buscar o jogador. Que tipo de reforço é este?
De facto, Luiz Phellype vem da 2ª Liga. Competição onde foi o melhor jogador nos meses de Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro e onde ainda é o melhor marcador. E não falamos de um jogador inexperiente na principal divisão do futebol português. Na realidade o avançado brasileiro já participou em 4 edições da Liga Portuguesa onde fez 47 jogos e marcou 11 golos. Falamos de um atleta que inclusivamente já marcou ao Benfica e ao Braga. Ainda para mais, o Sporting jogava num terreno dentro daqueles que se encontram na 2ª Liga e contra uma equipa cujo "tipo de futebol" é um clássico da segundona. Como se tudo isto não fosse suficiente, Marcel Keizer chegou ao cúmulo do ridículo quando colocou os centrais do Sporting na posição de ponta de lança no final da partida. Pior ainda foi convocar o jogador para o jogo com o Porto dias depois. Portanto, não estava pronto para jogar com o Tondela, mas estava pronto para jogar com o Porto. Tá certo.
Saliento esta decisão para expressar a minha profunda preocupação por ter no banco do Sporting um treinador que só no final do jogo é que percebeu que precisava da presença na área de jogadores mais dotados fisicamente. Algo que todos os adeptos de futebol em Portugal já sabem desde o berço. Assim como sabem que colocar um avançado no eixo do ataque cuja principal valência é a velocidade, frente a uma equipa como o Tondela é ridículo, uma vez que este tipo de equipas joga num bloco baixo e compacto, não permitindo grandes espaços. Por tudo isto, eu diria que 99% dos Sportinguistas tinham levado Luís Phellype para jogo. Um ponta de lança habituado ao confronto físico na área e com capacidade de finalizar as jogadas. Pelo menos deve finalizar melhor do que qualquer central do Sporting, digo eu.
Porto
Depois destas brincadeiras chegamos ao clássico com o Porto a 8 pontos dos rivais quando deveríamos estar a 2 pontos e apontar para a ultrapassagem. Infelizmente, as péssimas exibições em Guimarães e em Tondela não nos permitiram chegar em boa posição ao clássico, razão pela qual só havia um resultado possível para o Sporting: a vitória. A conquista desses três pontos daria um novo alento à época do Sporting e a esperança renascia para o resto de campeonato. Por isso mesmo, não consigo compreender a falta de ambição que o Sporting demonstrou na partida.
Num jogo que precisávamos desesperadamente de vencer, Marcel Keizer decidiu abdicar das duas características principais do seu futebol: pressão alta com reacção imediata à perda da bola e defesa subida. E este é um dos principais pontos de interesse a retirar desta partida. No final do jogo de estreia de Marcel Keizer em Alvalade (Sporting-Aves), José Mota, treinador do Aves, referiu que "os treinadores portugueses são muito bons a anular todas as ideias que aparecem". Marcel Keizer decidiu imitar o treinador português estando mais preocupado em anular as ideias do Porto, nomeadamente a profundidade de Marega, do que em impor a sua ideia de jogo. Relativamente a esta matéria, parece-me que temos aqui um dos principais temas de análise do futebol do Sporting nas próximas semanas.
Olhando para este jogo, a ideia clara com que fico é que Marcel Keizer teve medo de o perder. Algo que também aconteceu com Sérgio Conceição. Só que há uma diferença muito grande entre estas abordagens. A vantagem que o Porto trazia permitia-lhe controlar o jogo e jogar com dois resultados possíveis, por forma a retirar da corrida um candidato ao título. E o objectivo foi conseguido. No início de Fevereiro há um Sporting-Benfica e basta o Benfica não vencer para que as contas do título fiquem praticamente fechadas para os portistas.
No caso de Keizer, o medo sobrepôs-se à necessidade imperiosa de vencer a partida. E isso eu não posso admitir, porque o Sporting tinha de fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para conquistar os três pontos. Ainda para mais quando a diferença entre empatar ou perder era pouca. No final do jogo a sensação que ficou nos Sportinguistas foi que a equipa não fez tudo o que podia para tentar vencer o jogo. E isso é inaceitável. Mais do que uma questão técnica ou táctica, falamos da honra do Sporting. É isso que está em causa. O Sporting não se pode contentar com um empate frente ao Porto quando está a 8 pontos do rival. Não pode!
Para fechar
Nos últimos 4 jogos do campeonato o Sporting conseguiu apenas fazer 4 pontos dos 12 possíveis. Foram 8 pontos perdidos. Tantos quanto os pontos perdidos pelo Porto em toda a 1ª volta da Liga. Isto dá muito que pensar e é bom que não se tente branquear a crise de resultados do Sporting. Estes desaires não são para varrer para debaixo do tapete e têm de ser dissecados pelos dirigentes, treinadores, jogadores e adeptos. É preciso perceber o que está a corre mal e urge dar uma resposta condigna nas próximas semanas, sob pena de o Sporting entrar numa espiral negativa que será catastrófica para o clube. Está na hora de as responsabilidades serem assumidas e de se dar a volta ao texto. É isso que os Sportinguistas querem.
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Penso que a equipa vai dar a volta por cima disto. E espero mesmo que a Direção nos arranje reforços de jeito para podermos lutar pelo 2º lugar, já que o 1º, desde Tondela, está fora de alcance.
ResponderEliminarPara já, com a chegada de Idrissa Doumbia, parece que vamos ter um 6 de jeito. Faltam 2 laterais.
Há quanto tempo o Sporting não estava tão mal classificado por esta altura? Pois...
ResponderEliminarHá um ano atrás por esta altura estavas já atrasado na luta pelo campeonato. Há dois anos estavas ja fora dessa luta.
EliminarSim, há 2 anos estávamos igual a este ano, a 8 pontos do 1º. No ano passado, a 2 ponto do 1º e em segundo lugar.
EliminarIsso não é totalmente verdade, André.
EliminarHá um ano atrás não estávamos atrasados na luta pelo campeonato, pois estávamos em 2.º lugar a 2 pontos do 1.º.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarEm 2º lugar a 2 pontos do Porto
EliminarE há dois anos, onde estávamos?
EliminarE fez uma ponta final de época brilhante!
EliminarUsar a época mais deprimente da história centenária do Sporting como termo de comparação é não ter noção do ridículo.
EliminarEste comentário foi removido pelo autor.
EliminarO meu comentário foi parar ao sítio errado.
EliminarEu estava a tentar responder ao comentário do André Pinheiro, que escreveu:
"Há um ano atrás por esta altura estavas já atrasado na luta pelo campeonato. Há dois anos estavas já fora dessa luta."
Ou seja, há um ano atrás não estávamos atrasados na luta pelo campeonato.
O post parece-me muito lucido, mas em relacao ao Porto acho que ha algum erro de paralaxe por parte do Mister. O Mister diz que o treinador do Sporting abdicou dos seus principios de jogo por medo. Eu acho que Keizer abdicou dos seus principios de jogo por achar que nao tem equipa/plantel que lhe permita enfrentar o Porto em pressao alta e com bloco defensivo subido. Tambem nao e verdade que derrota e empate significassem a mesma coisa - sobretudo no caso de uma derrota expressiva, com um recem-chegado Keiser tentando cimentar a sua posicao. Sem espaco nas costas da defesa sportinguista e com alguma pressao sobre o meio campo do Porto, Marega e Brahimi perdem relevancia, e um avancado rapido (Montero) podia aproveitar perdas para lancar ataques rapidos, com o adversario balanceado na frente. Acho que, considerando tudo o que o Sporting sofreu recentemente, Keiser precisa de apoio e realismo por parte dos adeptos. O seu futebol trouxe competitividade a uma equipa que estava em farrapos e com lacunas graves no plantel. Nao transformou o Sporting em claro candidato ao titulo. Neste contexto, a contabilidade que se faz no post pode ser contraproducente.
ResponderEliminaro velho Sporting esta de volta, um clube submisso e que não chega ao natal.
ResponderEliminarDepois de tantos dias finalmente um post sobre o Sporging?
ResponderEliminarÉ que já cansava tanto anti benfiquismo primário.
Se cansava porque não te retiras de vez?
EliminarNormal te cansares facilmente,afinal de contas,estás tão habituado ao colinho..
EliminarSL
Então mas este ainda aqui anda?!? Vai lá pro esgoto vai seu rabolho 😂😂😂🤡🤡🤡🐙🐙🐙🦔🦔🦔🐁🐁🐁P
EliminarBoa análise ao Sporting actual!
ResponderEliminarInfelizmente vejo isto tudo como uma bola de neve que ainda vai crescer. Os sinais estão todos aí. É demasiado amador num mundo de profissionais. Mesmo considerando que em Portugal está tudo minado (idiossincracias que todos conhecemos), assim, é o regresso ao passado não muito distante.
Finalmente vejo alguém que partilha a mesma opinião que expressei no final do jogo com o Tondela, que não entendia o porquê do Luís Phellype ter ficado fora da convocatória e a estúpida justificação do Keizer para tal! Parabéns pelo post o qual concordo plenamente! Somos Sporting!
ResponderEliminarDesde que não haja "posts", estou tranquilo.
ResponderEliminar#novoSportem
Relativamente à campanha mais recente, onde se sofre tanto golo como os que marca a gente, vejam a minha crónica completamente diferente, em partes tripartida faltando ainda a concludente.
ResponderEliminarhttps://profeciasleoninas.blogspot.com/2019/01/o-anulamento-da-vontade-i.html
https://profeciasleoninas.blogspot.com/2019/01/o-anulamento-da-vontade-ii.html
Prometo-vos que a parte três estará concluída brevemente.
Profecias Leoninas, o blog que publica fábulas matutinas e vespertinas.
As exibições contra o Tondela e contra o Guimarães foram absolutamente ridículas!
ResponderEliminarNada justifica, nada.
Leais, podem festejar. O Sporting dos últimos 40 anos voltou. Lembrem-se é que não foi agora. Foi há duas épocas.
eh comichão
ResponderEliminarhttps://www.jornaldenegocios.pt/empresas/energia/detalhe/sousa-cintra-perde-acao-milionaria-contra-o-estado
as contas fazem-se no fim e depois é comparar época 2018/19 com a época 2017/18 em termos de títulos, é isso que fica para a história do clube, de qualquer das formas andar no 4º é preciso recuar 6 épocas, julgo eu.
Eliminarmais nada,as contas fazem se no fim.Ainda vamos ver muitos cabeçudos a tentarem explicar como é que o SCP supostamente está frágil e sem dinheiro quando tem orçamentos idênticos aos rivais.
EliminarMas tudo bem,as coisas agora estão bem.Haja paz a 8 pontos do 1º lugar enquanto nos "reforçamos" nas II ligas dessa Europa fora.
"Forca Cintra","Força Varandas"
SL
Esqueceste-te de falar sobre a não convocação do Jovane Cabral para o jogo do Tondela. Num jogo em que começámos a perder e em que jogámos com mais um durante 40 minutos, Jovane Cabral seria de grande utilidade para resolver o jogo durante esses 40 minutos, porque conferia a velocidade a um jogo que precisava disso, mais ainda porque nem sequer tínhamos outro avançado no banco. Como é que um treinador não leva aquele que é o nosso 3 ou 4 melhor extremo e aquele jogador que mais tem mexido nos jogos quando precisamos, quando não havia Bas Dost nem outro avançado?
ResponderEliminarComo prometido da última vez, aqui está a parte III.
ResponderEliminarhttps://profeciasleoninas.blogspot.com/2019/01/o-anulamento-da-vontade-iii.html
Profecias Leoninas, o blog com tantas rimas que alucinas.
Mister, muito boa análise. Estou a ver a coisa mesmo mal parada. Os sinais de descalabro começam a ser demasiados. E não venham com desculpas bacocas sobre o início da época.
ResponderEliminarJá são muitos erros em tão pouco tempo. Cheira-me que o Keiser é um flop total. Ambição zero, incompetência a vir ao de cima.
Neste aspecto foi bem escolhido por Varandas. Está em sintonia com a Direcção.