sábado, 12 de setembro de 2020

#Juntos


Nas últimas horas foi anunciado pelo Primeiro-Ministro que a Liga Portuguesa decorrerá sem público nas bancadas. Uma proibição que se estende a todas as modalidades. Ontem e hoje, os ecos de descontentamento relativamente a esta decisão têm surgido por parte de muitos clubes, como o FC Porto, Boavista, Braga, Rio Ave, Paços de Ferreira, Marítimo ou Portimonense, mas também com uma forte reacção da Liga Portugal. 

Neste sentido, há que reconhecer o trabalho de Pedro Proença e da Liga Portugal, que tem sido o principal agente de combate ao Governo na luta pelo regresso dos adeptos aos Estádios. Ainda antes da decisão final do Governo, Rui Caeiro e Helena Pires, dois outros altos quadros da Liga Portugal, vieram a terreiro defender o regresso do publico aos estádios. 

A posição de Pinto da Costa e do FC Porto


Apesar do trabalho de Pedro Proença, tem sido Pinto da Costa o rosto mais visível nesta luta pelo regresso dos adeptos aos estádios, fruto em grande parte do maior reconhecimento e alcance que consegue obter por comparação com o Presidente da Liga. Em diversos momentos, Pinto da Costa fez duras críticas ao Governo e ao próprio Presidente da República. Vamos recordar alguns desses momentos.




E o mesmo aconteceu - numa escala muito menor, derivado à menor capacidade mediática - com os Presidentes e principais figuras dos restantes clubes da Primeira Liga. Todos, com excepção de Sporting e Benfica.

#Juntos


Portanto, temos a Liga Portugal, o FC Porto e os restantes clubes "pequenos" a lutarem e a pressionarem o Governo para o regresso do público aos estádios. Enquanto isso, Sporting e Benfica, os clubes portugueses com mais modalidades, com mais peso social e adeptos, estão absolutamente calados. A pergunta que se impõe é: por que será? Será que os adeptos, os comentadeiros e cronistas deste país já se interrogaram sobre isto? 

Não é de todo o interesse de Sporting e Benfica terem os adeptos de regresso aos seus pavilhões e estádios? Não precisam das receitas de bilheteira, das vendas de merchandising ? Não precisam de dar visibilidade aos seus patrocinadores? Os dois clubes com mais atletas e com mais infraestruturas do país não precisam destas receitas? 

Claro que precisam. Eu diria até que precisam delas como de pão para a boca, especialmente para as modalidades. Ora, se assim é, porque raio não lutam Sporting e Benfica ao lado dos restantes clubes pelo regresso do público aos estádios e pavilhões? Porque não colocam todo o seu peso social e toda a capacidade mediática no assunto? É que até têm a "razão" do seu lado face à total incoerência do Governo nestas matérias. Se há tourada, se há comícios políticos, se há espectáculos musicais, se há espectáculos de comédia, se há Feiras do Livro, se haverá um grande prémio de Portugal de Formula 1 com 50 mil pessoas nas bancadas, porque raio é que num estádio com capacidade para 50 mil pessoas, ao ar livre, não se pode deixar entrar absolutamente ninguém? Porque se calam Sporting e Benfica?

A resposta é muito simples. Frederico Varandas e Luís Filipe Vieira estão a colocar os seus interesses pessoais acima dos interesses das instituições que deveriam defender a todo o custo. Tudo isto, numa óptica de manutenção de poder que deve envergonhar os adeptos dos dois clubes. Uma estratégia que se consubstancia no impedimento de focos de tensão e crítica às suas gestões. 

Do lado do Sporting, a guerra com as claques é conhecida, apesar de por esta altura a contestação ao trabalho miserável de Frederico Varandas chegar de todos os quadrantes do clube. Parece-me até evidente para todos, que sem pandemia, Frederico Varandas já nem sequer seria Presidente do Sporting. 

Do lado encarnado, com eleições à porta e com Luís Filipe Vieira e o próprio Benfica enterrados até ao pescoço em processos judiciais, haveria a possibilidade de grandes manifestações públicas no Estádio da Luz, como aliás, já ocorreram antes da pandemia e que poderiam colocar em causa, ainda mais, a manutenção do Vieira à frente do Benfica. Imaginem como seria o ambiente no primeiro jogo no estádio da luz após uma eventual não classificação para a Liga dos Campeões. Bem, não precisam de imaginar porque obtendo ou não a qualificação, o ambiente na Luz será de silêncio, pelo menos até às eleições. 

Para terminar, deixo outra pergunta no ar que no fundo é resposta para tudo. Se Sporting e Benfica estivessem ao lado do FC Porto, dos restantes clubes e da Liga Portugal, haveria coragem do Governo para impedir o regresso dos adeptos aos estádios e pavilhões, quando diariamente se realizam em Portugal eventos com publico? Alguém acha que o Governo não reagiria de outra forma se todos os clubes explorassem a incoerência do Governo? Clubes que unidos abrangeriam praticamente a simpatia de toda a população portuguesa. Aguentaria o Governo este tipo de pressão mediática? Estaria António Costa numa posição de força para continuar com esta discriminação injustificável para com o desporto, nomeadamente o futebol? 

Seria até possível, num cenário de confronto entre Benfica e Governo, assistirmos ao apoio do Primeiro-Ministro à candidatura de um sujeito que comprovadamente custou milhões de euros ao Estado Português e que está acusado de tudo e mais alguma coisa!?



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terça-feira, 8 de setembro de 2020

Pensamento do dia


A Sporting SAD apresentou ontem o Relatório e Contas referente à época 2019/2020. No futuro analisarei mais a fundo o documento, mas para já gostaria de me centrar nos resultados obtidos com uma pequena reflexão que deixo para os Sportinguistas fazerem. 

Ora, a Sporting SAD apresentou um lucro de cerca de 12,5 milhões de euros. Um resultado que para ser obtido necessitou de um exercício com o maior volume de negócios da história da Sporting SAD, com 175,5 milhões de euros facturados. Uma facturação recorde que está directamente ligada às vendas de jogadores que a administração da SAD decidiu fazer durante o exercício. 

Vamos a contas!?


Para a Sporting SAD ter conseguido estes míseros 12,5 milhões de lucro, tivemos de vender Bruno Fernandes (55 milhões), Raphinha (22 milhões), Matheus Pereira (9,132 milhões), Thierry Correia (12 milhões), Bas Dost (7 milhões) e ainda os 7 milhões do acordo pelo Podence, para não falar de outras transferências menores. 


No total, falamos de cerca de 120 milhões de euros de vendas para se conseguir obter míseros 12,5 milhões de euros de lucro. Um lucro que não chega sequer para pagar a contratação de Rúben Amorim. Reflitam os Sportinguistas sobre esta gestão, enquanto o Presidente Frederico Varandas se esconde dos sócios e nem em dia de 2º aniversário de mandato dá a cara pelos miseráveis resultados desportivos e financeiros de 2019/2020.

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