terça-feira, 30 de abril de 2019

Os obreiros do título e o futuro


Depois da festa, hora para homenagear os grandes obreiros da conquista leonina e também para projectar já o futuro do Sporting nesta modalidade. 

João Matos - A maior figura do futsal do Sporting


A conquista da Champions League reforça o estatuto de João Matos como a maior figura da história do futsal do Sporting e uma lenda viva do nosso clube. Mais de metade da sua vida foi passada com o leão rampante ao peito. São 32 anos de vida e 17 de Sporting. São mais de 500 jogos ao serviço do clube com mais de 100 golos marcados, sendo que um deles foi o primeiro marcado no novo Pavilhão João Rocha. 

Quanto a palmarés, falamos de 27 títulos no Sporting. Uma Liga dos Campeões, oito campeonatos nacionais, sete taças de Portugal, seis Supertaças, duas taças da Liga e três Taças de Honra da AFL. E ainda é preciso relembrar o título europeu de selecções. 


João Matos sozinho tem mais títulos ao serviço do Sporting (27) do que todo o palmarés do futsal do Benfica (26). Incrível a carreira do nosso capitão de equipa que nos liderou ao tão desejado título europeu. Muito obrigado, João!

Nuno Dias - O melhor treinador do Mundo


Não era preciso termos ganho a Liga dos Campeões para sabermos que temos dentro de portas o melhor treinador do mundo da modalidade. A conquista só o torna "oficial" para o resto do mundo. Em sete épocas de Sporting são 20 os títulos conquistados (ainda falta disputar os play-off desta época). Em termos de palmarés, coisa pouca: uma Liga dos Campeões, cinco campeonatos, quatro taças de Portugal, quatro Supertaças, duas Taças da Liga e quatro Taças de Honra da AFL. 


Para além de toda a qualidade como treinador, Nuno Dias é também um senhor dentro e fora da quadra e um leão que ama tanto o clube como qualquer um de nós. Muito obrigado, Nuno!

O melhor Director de Futsal do Mundo


Só poderíamos ser campeões da Europa tenho um líder com total conhecimento e capacidade absoluta no que à modalidade diz respeito. Miguel Albuquerque está no Sporting há 19 anos tendo subido a pulso na hierarquia do Futsal leonino. Entrou no Sporting através do Gabinete Técnico de Futsal, onde foi o responsável pela estatística e observação na equipa técnica liderada pelo treinador Orlando Duarte. Posteriormente passou a Secretário Técnico do Departamento, funções que desempenhou até 2008/2009. Na época de 2009/10 assume a direcção desportiva do departamento como Director Desportivo da equipa leonina, assumindo gradualmente a responsabilidade de substituir Carlos Vaz como responsável máximo pelo Futsal do Sporting. 

Em 2011/12, com a saída de Carlos Vaz, passou a ser o Director Geral do Futsal e por ele passam todas as decisões e a responsabilidade da gestão de toda a secção. Essa sua primeira época foi a única onde não ganhou um título sénior. Na época seguinte fez uma aposta de risco ao ir buscar Nuno Dias ao CSKA, onde era treinador adjunto. Aposta como sabemos hoje, claramente ganha. Como director-geral do Futsal tem os mesmos 20 títulos conquistados que Nuno Dias. Isto para não falar de todos os outros títulos nas diversas categorias de base e nas seniores femininas.


Muito obrigado, Miguel!

Heróis esquecidos


Para além do agradecimento lógico aos jogadores que fazem parte deste plantel, nesta hora de celebração gostaria de dar também uma palavra de agradecimento a tantos jogadores que lutaram para dar esta alegria aos Sportinguistas, mas que infelizmente não foram felizes. Atletas como João Benedito, Zezito, Caio Japa, Djô, Divanei, Fortino, Diogo, Paulinho, Cristiano, Marcelinho, Alex ou Leitão. Muito obrigado a todos!


O investimento


Obviamente, este título só foi possível porque o Sporting teve um conselho directivo que apostou claramente nas suas modalidades e que ao longo dos últimos anos foi dando mais condições a esta secção para conseguir lutar pelo título. O plantel foi sendo melhorado, os melhores jogadores foram continuando e estão ai os frutos. À terceira final consecutiva, conseguimos mesmo conquistar o troféu. Por isso é de inteira justiça agradecer também ao conselho directivo liderado por Bruno de Carvalho todo o investimento que fez nas nossas modalidades. Sem esta visão e investimento não seria possível. O meu muito obrigado também a eles.

Quanto ao Presidente Varandas tem a casa arrumada e uma herança fantástica para preservar. O Sporting é campeão europeu e esse estatuto trará por certo muitas e diversificadas possibilidades de maximizar as receitas da secção. Receitas essas que permitirão incrementar a qualidade no plantel e fazer com que o Sporting parta para a próxima época em busca do título mundial e da revalidação do título europeu. É isto que os Sportinguistas querem.

Fazer o que ainda não foi feito - O Tetra e o Mundial de clubes


Título europeu conquistado e devidamente festejado com todas as honras atribuídas pelo Sporting e pelos seus adeptos. Agora é hora de virarmos o foco para a conquista de um inédito tetra campeonato. A ser conquistado pelo Sporting, será a primeira vez que uma equipa nacional de futsal consegue esse feito. É nisso que nos temos claramente de nos focar até ao final da época. 

Até porque não se pense que será uma tarefa fácil. Não querendo desvalorizar as outras equipas, esta época é mais uma vez esperada uma final entre Sporting e Benfica. Neste sentido importa relembrar que o Benfica tem uma equipa muito forte e nos confrontos directos esta época já mostrou que nos pode vencer. O título europeu não nos dá nenhuma vantagem para este confronto e não terminar a época com o tetra será um fechar de época triste. Por isso, responsabilidade e concentração máxima para esses previsíveis confrontos.

Para fechar, e na senda do "fazer o que ainda não foi feito", gostaria de trazer para a agenda leonina que através da vitória na Liga dos Campeões o Sporting fica apurado para disputar o Mundial de clubes de FIFA. Nesta competição onde estarão os melhores clubes do mundo, o Sporting terá uma oportunidade de ouro para conquistar o primeiro título mundial da sua história, uma vez os 34 títulos europeus do Sporting são todos de índole europeia. 

Vamos a isso, leões!

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segunda-feira, 29 de abril de 2019

34º título Internacional - Esta fica para a eternidade


Não há muitas palavras que possam descrever a enorme felicidade que os nossos leões do Futsal deram aos Sportinguistas. Após 18 anos de luta, o Sporting conseguiu finalmente ser campeão Europeu de Futsal. 

As presenças na Final 4


2001/2002 - Lisboa (Portugal)
Há dezassete anos o Sporting esteve na sua primeira final 4 da principal competição internacional de clubes de futsal. Nessa primeira edição da prova os leões caíram nas meias finais frente ao Playas de Castellon (4-0) que viria a vencer a competição nessa época. Por essa altura ainda não existia jogo de 3º e 4º classificado. 

2010/2011 - Almaty (Cazaquistão)
Foram precisos esperar 9 anos para o Sporting regressar a uma Final 4 da competição e logo com presença na final. Em Almaty, no Cazaquistão, vencemos a equipa da casa por 3-2 (2 golos de Caio Japa e um de Divanei) e jogamos a nossa primeira final da competição frente aos italianos do Montesilvano. Derrota por (5-2) com os nossos golos a serem marcados por Leitão. 

2011/2012 - Lleida (Espanha)
Na época seguinte, nova presença na Final 4 com derrota nas meias frente ao Barcelona (5-1), com golo de Djô. No jogo de atribuição do 3º e 4º lugar derrota nas grandes penalidades frente à Marca Futsal depois de um empate a três com golos de Leitão x2 e Pedro Cary. 

2014/2015 - Lisboa (Portugal)
Três anos depois, nova presença na Final 4, desta feita com organização leonina no Pavilhão Atlântico. Derrota na meia final frente ao Barcelona (5-3), com golos de Diogo, João Matos e Caio Japa. No jogo de atribuição do 3º e 4º lugar, vitória frente ao Dina Moscovo por 8-3 com golos de Marcelinho, João Matos, Diogo, Cristiano e um poker de Alex. 

2016/2017 - Almaty (Cazaquistão)
Pela segunda vez numa final 4 no Cazaquistão com uma vitória frente Ugra Yugorsk por 2-1. Marcaram para o Sporting, Fortino e Dieguinho. Segunda final da história do Sporting que terminou em goleada frente ao Inter Movistar (7-0). 

2017/2018 - Saragoça (Espanha)
Goleada nas meias frente ao Eto Gyor por 6-1 com golos de Merlim, Diogo, Cavinato, Dieguinho e dois de Cardinal. Como não há duas sem três, nova derrota na final frente ao Inter Movistar (5-2), com golos de Diogo e Cavinato. 

2018/2019 - Almaty (Cazaquistão)


Na sétima participação nesta fase da prova, o Sporting consegue finalmente vencer a competição. O número 7 representa a totalidade, a perfeição, a consciência, a intuição, a espiritualidade e a vontade. Esta vitória teve um pouco de todos estes ingredientes. 

O Sporting começou a perder frente ao clube com mais títulos e mais participações na final 4 da prova. Na bola de saída após o golo espanhol, Deo passa por toda a gente e faz um golo brilhante. Quis a justiça divina que o golo da resposta leonina viesse dos pés do homem que marcou o último golo na nave de Alvalade. Foram 15 anos de dedicação ao Sporting que saíram do pontapé de Deo e que passaram pelo meio das pernas de Jesus Herrero. Dieguinho e Cardinal fizeram o restantes golos numa partida magistral de Leo e Guitta. 

O Sporting vencia assim a sua besta negra. Uma equipa que conta com o um plantel milionário, com o melhor jogador do mundo e que até esse momento tinha ganho sempre ao Sporting nesta fase da competição (duas finais), sendo que numa dessas partidas está uma humilhante goleada por 7-0 em 2017. 

Na final, mais um obstáculo muito complicado de transpor. Mais um histórico da competição. A segunda equipa com mais participações na final 4 da prova e também a segunda com mais títulos. Ainda por cima a jogar em casa com o apoio de 12 mil espectadores. Na mesma cidade onde tínhamos perdido duas finais: Montesilvano em 2011 e a humilhante goleada dos 7-0 às mãos do Inter em 2016. Perante tudo isto, os nossos leões deixaram os fantasmas para trás e conseguiram levar de vencida a equipa da casa por 2-1 com golos de Cavinato e Merlim. 


Para fechar


Esta é uma das mais gloriosas páginas da história do Sporting e que merece ser celebrada por todos e durante algum tempo, como disse e bem o nosso treinador Nuno Dias. Daqui a 50 anos ainda estaremos a falar destes heróis como hoje ainda hoje falamos do dream team do hóquei em patins.

Os novos Campeões Europeus chegam a Lisboa por Figo Maduro. Segundo o Sporting haverá uma recepção na Praça do Município às 17h30 e a partir das 19 horas haverá festa no Pavilhão João Rocha que abrirá as suas portas às 18 horas. 

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domingo, 28 de abril de 2019

#DiaDeEnormeSporting


É hoje. Esperemos que seja hoje. Tem de ser hoje!

Quebrado o enguiço na passada sexta-feira, ao eliminar o bicampeão europeu Inter Movistar por um inequívoco 5-3, na meia final da UEFA Futsal Champions League, o Sporting Clube de Portugal tem encontro marcado para esta tarde frente ao Kairat Almaty para decidir o novo emblema dono e senhor da modalidade na Europa.

Estas palavras, escritas naturalmente antes da final, servirão apenas para garantir que, independentemente do desfecho do encontro, o orgulho e o reconhecimento do trabalho desenvolvido ao longo de anos, por toda a secção, desde Miguel Albuquerque como dirigente máximo da secção, ao brilhante desempenho de Nuno Dias como técnico e às equipas que têm defendido as cores leoninas, ficarão intactos. Nada poderá beliscar o prestígio alcançado por um percurso praticamente imaculado. Tudo o que esta equipa tem dado ao Clube e em particular aos adeptos, granjeou uma aura que os eleva a um estatuto exemplar. Um verdadeiro primus inter pares, não apenas na modalidade mas também dentro do já ecléctico universo Sportinguista.

Terceira final consecutiva na mais importante prova é reflexo do extraordinário trabalho desenvolvido por todos. Não é fácil chegar-se ao topo e muito menos manter-se lá. O extraordinário carácter resiliente tornará esta sisífica missão num modelo de quem, verdadeiramente, nunca se conforma. Referência, claro, ao objectivo do título europeu, já que internamente, o sucesso e o valor são absolutamente inquestionáveis.

Aliás, ao contrário do que possa parecer, o famoso episódio da mitologia grega não é uma ode ao falhanço. Sísifo foi condenado ao cansativo e rotineiro trabalho de transporte da pedra montanha acima precisamente por discordar que os mortais não possam ter a liberdade dos deuses. Camus, no seu livro sobre este mito, reconhece em Sísifo o ser que vive a vida ao máximo, odeia a morte e recebe como castigo uma tarefa sem sentido, revelando-se como um herói absurdo. Que de absurdo nada tem.

Hoje é o dia em que a pedra chegará ao cimo da montanha e cairá para o lado contrário da montanha, cilindrando o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, adepta de assobios, não apenas os que simulam very-lights mas também os que indicam a indiferença perante tamanha e descarada iniquidade nos castigos aplicados. Hoje é o dia em que se chegará à galeana linha do horizonte, que parece sempre tão distante mas que não nos impede de a perseguir. Hoje é #DiaDeEnormeSporting

Texto do "Olheiro de balcão"

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quinta-feira, 25 de abril de 2019

Viva o 25 de Abril


Ora então, tenham todos um rico 25 de Abril!


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terça-feira, 23 de abril de 2019

Auditoria Leaks - E ao 10º dia... Varandas falou


Dez dias após o Sporting ter visto a sua vida interna completamente escarrapachada nas páginas do Record e Correio da Manhã, o Presidente do Sporting teve finalmente a "coragem" de dar uma palavra aos Sportinguistas. E coragem não é de todo uma palavra bem empregue para alguém que teve de esperar tanto tempo para falar aos Sportinguistas. Ainda para mais quando utilizou a vitória da equipa de futebol como escudo para falar. Será que o Presidente Varandas falaria se o Sporting tivesse tido um desaire na Madeira? Fica a dúvida no ar.

O que não fica no ar, até porque é factual, é que na campanha eleitoral o então candidato Varandas prometeu aos Sportinguistas que só daria a cara nos maus momentos, deixando o palco livre para os jogadores e treinadores brilharem na hora da vitória. Até ao momento o Presidente Varandas tem feito precisamente o contrário. Onde estava o Presidente Varandas quando o Sporting perdeu em Guimarães ou em Tondela hipotecando definitivamente o campeonato? Onde estava o Presidente Varandas quando levamos quatro em Alvalade do nosso rival e hipotecamos definitivamente a luta pela Champions? Onde estava o Presidente Varandas quando fomos eliminados da Liga Europa contra um equipa que luta para não descer na Liga Espanhola? Pois...

Mas vamos às declarações. 

As declarações


Ficam aqui as declarações na íntegra para análise dos leitores.


A cassete e a fuga habitual


Desde logo é muito relevante o facto do Presidente Varandas não ter aceite uma única pergunta dos jornalistas presentes, com excepção da "muleta" da jornalista da Sporting sobre o jogo, que lhe permitiu lançar um: "eu queria aproveitar já agora para falar para os Sportinguistas". E lá fomos nós brindados com uma cassete de revanchismo que essa sim, "já cansa os Sportinguistas"

No final do vídeo é possível ouvir um dos jornalistas a questionar o Presidente do Sporting sobre a realização de uma assembleia geral para ouvir os sócios, enquanto Frederico Varandas fazia ouvidos moucos e fugia do local. 

"Já agora", o Presidente Varandas deveria ter respondido a essa questão sobre uma assembleia geral. É que é dentro de casa que se discutem os problemas, ouvindo o que os sócios têm para dizer. Mas está mais do que visto que o Presidente Varandas gosta muito de falar para os jornalistas em conferências de imprensa ou em declarações no final de jogos (só nos que ganha) e gosta pouco ou nada de enfrentar os sócios em AG. 

Explicações sobre a auditoria


Antes de passar propriamente às declarações do Presidente quero recordar que durante 10 dias a única mensagem que foi passada pelo Conselho Directivo aos sócios do Sporting foi esta:

Comunicado Sporting 10/04/2019

Foi com este contexto e no seu habitual estilo confrangedor, que o Presidente Varandas abordou o assunto, atirando com a "divulgação criminosa" do relatório final da auditoria, acrescentando:
"nós vamos responsabilizar e neste momento já abrimos um inquérito interno. Vamos fazer uma participação à PJ. Vamos perseguir quem o fez até às últimas consequências e responsabiliza-lo do ponto de vista civil e criminalmente. Escusado será dizer que a divulgação não partiu da nossa iniciativa". 
É interessante verificar que só passados 10 dias é que o Sporting se apercebeu que a divulgação pública destas informações tinha sido criminosa e que traria graves prejuízos ao clube. Bem, já havia a direcção de um clube que estava 10 anos à frente da concorrência. Agora ficamos a saber que também existe uma direcção de um outro clube que está 10 dias atrasada em relação à actualidade.

Depois há uma contradição enorme do Presidente Varandas que diz que "escusado será dizer que a divulgação não partiu da nossa iniciativa" mas que abriu "um inquérito interno". Ora, se o leak não partiu do Sporting para quê abrir um inquérito INTERNO? Alguém me consegue explicar isto?

Mas é também importante ressalvar que esta declaração oficial do Presidente não peca só por esta contradição e por ser tardia. Peca também por uma completa falta de força quando não se anuncia claramente que os órgãos de comunicação social que publicaram este documento interno e confidencial serão levados à justiça. E já agora, se Varandas diz que o leak não partiu do Sporting, deveríamos ter colocado um processo de investigação à auditora, suspendendo já qualquer relação e pagamento até à conclusão dessa investigação. Agora eu pergunto: se não foi o Sporting a partilhar o leak, por que será que não atacamos a Baker Tilly e os jornais do grupo Cofina? Alguém acha isto normal?

Mas há mais. Nestas declarações, Varandas disse também que o Sporting ia fazer uma participação à PJ. Portanto, 10 dias se passaram sem que o Sporting tivesse feito a primeira coisa que qualquer pessoa faria caso fosse roubada: queixar-se à polícia. Repito a pergunta: Alguém acha isto normal?

Meus amigos, só não vê quem não quer ver!

Deixo só uma nota final neste ponto para dizer que o senhor Tavares Pereira ainda recentemente esteve em Odivelas a acompanhar as conquistas europeias do Goalball do Sporting. Uma secção que o próprio patrocina. Até nestes pormenores se vê a falta sensibilidade do Presidente Varandas para com aqueles que ajudam o nosso ecletismo.

Varandas puxa por galões de lata


Alguns dias depois de a auditoria ter sido tornada pública, José Maria Ricciardi, Dias Ferreira e Fernando Tavares Pereira escreveram uma carta conjunta ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral, expressando a sua preocupação sobre o leak da auditoria e pedindo ao máximo representante dos sócios para que tome medidas. Algo que me parece absolutamente normal face à gravidade do assunto. Gravidade confirmada pelo próprio Varandas que até disse que o "conselho de administração partilha da preocupação expressa pelos ex-candidatos". 

É sintomático verificar que o mesmo homem que diz partilhar essas preocupações as utilize como ponte para atacar os ex-candidatos, num sinal claro de revanchismo, como podemos ver de seguida. 
"Não vi qualquer comentário desses mesmos senhores em relação a termos conseguido fazer o empréstimo obrigacionista em apenas 2 meses, resolver o problema grave de tesouraria que tínhamos,  termos conseguido ganhar a Taça da Liga, apurarmo-nos o para a final do Jamor. Curiosamente não vi nenhum comentário público."
Começo já por dizer que Frederico Varandas tem mérito na conquista da Taça da Liga. Quanto à Taça de Portugal, pouco ou nada interessa estar na final se depois não a conseguirmos vencer. Mas até posso dar de barato este ponto. Quanto ao resto já não me posso calar, perante tamanha patetice.

Pior do que o ataque aos ex-candidatos por algo que é factual só mesmo o puxar de galões absolutamente patéticos. É preciso ter uma lata descomunal para utilizar como exemplo o empréstimo obrigacionista e a resolução do problema de tesouraria.

Quanto ao primeiro, falamos do único empréstimo obrigacionista de uma sociedade desportiva em Portugal que teve uma procura inferior à oferta. O Sporting do senhor Varandas nem sequer conseguiu os 30M pedidos inicialmente de um montante global que poderia e deveria ter ido aos 60M. Ficamo-nos pelos 26,1M de euros. E no meio de todo esse processo ainda foi preciso andar a mendigar e a fazer reuniões em cima do joelho a apelar aos Sportinguistas do punho rendado para contribuírem.

Link da notícia (aqui)

Relembrar que no Empréstimo Obrigacionista feito pela direcção de Bruno de Carvalho em 2015 foram emitidos 30M de obrigações, sendo a meta cumprida logo no primeiro dia. Importa ainda dizer que a procura foi superior à oferta em 2,57 vezes no valor global de 77,1 M de euros.

Link da notícia (aqui)
Falhado o empréstimo obrigacionista por pura incompetência de Zenha e Varandas, que resolveram rasgar o empréstimo obrigacionista que tinha sido montado pela administração de Bruno de Carvalho e concluído pela Comissão de gestão, lá foram a correr para aquela que nas palavras de Francisco Salgado Zenha era "uma ferramenta de financiamento de último recurso". Falo da antecipação de 60M de receitas do contrato de direitos televisivos deixado pela administração de Bruno de Carvalho. Isto vindo dos mesmos senhores que iam revolucionar a forma como os clubes se financiam e que até de bitcoins falaram.

Sinceramente, perante isto o Presidente Varandas ainda queria elogios públicos? Absolutamente surreal.

Unir o Sporting 


É curioso que Varandas ande sempre com as questões da Auditoria na ponta da língua e que até hoje não tenha dado uma única palavra aos sócios sobre os 2M de euros que pagou ao Wolves por um suposto protocolo para entrar no mercado Chinês e muito menos sobre a milionária comissão paga a Jorge Mendes no âmbito do negócio de Rui Patrício. Uma comissão supostamente baseada num acordo que nunca esteve versada nos relatórios e contas das administrações de Godinho Lopes, Bruno de Carvalho e Sousa Cintra. Curiosamente, os auditores também não escreveram uma palavra sobre essa alegada contrapartida a pagar a Jorge Mendes. Perante isto, de facto é preciso ter lata para colocar em causa os negócios dos outros não tendo sequer a coragem de dar uma explicação cabal aos sócios sobre estes negócios.

Para terminar, gostaria de dizer que a preocupação de Frederico Varandas quanto à revelação pública das informações da auditoria era tão grande, tão pura e verdadeira que nesta intervenção resolver recordar uma série de casos presentes na tal auditoria. A mesma auditoria cujo conteúdo o senhor Varandas nos disse segundos atrás que não queria ver na praça pública. Recordo ainda que falamos do mesmo senhor Varandas que fez uma conferência de imprensa - ainda a auditoria não estava concluída - para anunciar uma série de situações e atirar lama para os ex-dirigentes. A mesma auditoria sobre a qual os sócios ainda não foram chamados a se pronunciar e a mesma auditoria sobre a qual os visados nem sequer foram ouvidos para darem os seus esclarecimentos.

Esclarecimentos que têm sido dados através das redes sociais e dos jornais, como ainda hoje aconteceu com a entrevista de Carlos Vieira ao Record. É até absolutamente surreal que o Presidente Varandas ataque Mascarenhas e Carlos Vieira por se defenderem daquilo de que são sistematicamente acusados por Varandas e seus pares. Provavelmente o Presidente do Sporting acha que os visados têm de comer e calar.

Depois destas declarações do Presidente Varandas tenho de dar a mão à palmatória. De facto está a "Unir o Sporting" mas não é no apoio ao clube. É mais na oposição a si e ao seu Conselho Directivo.

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Auditoria Leaks - Esclarecimentos de Carlos Vieira


O jornal Record publica hoje uma importante entrevista com Carlos Vieira, vice-presidente do Sporting com o pelouro financeiro no mandato de Bruno de Carvalho. Uma entrevista que tem como pano de fundo a auditoria de gestão que foi escarrapachada nos jornais durante as últimas semanas. 

A entrevista






Nos próximos dias continuarei a analisar os "casos" que foram sendo publicados nos jornais sobre esta auditoria, assim como os comportamentos dos protagonistas. Para quem ainda não leu, deixo 6 artigos que já fiz sobre a matéria. Basta clicarem nos títulos seguintes:

1 - Auditoria Leaks
2 - Auditoria Leaks - Uma vergonha sem fim
3 - Auditoria Leaks - A transferência de Acuna
4 - Auditoria Leaks - A remuneração de Fredy Montero
5 - Auditoria Leaks vs Fair Diver
6 - Auditoria Leaks - "Agora já está, já está!"

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segunda-feira, 22 de abril de 2019

Auditoria Leaks - "Agora já está, já está!"


Como sabem, no passado dia 10 o Sporting e os Sportinguistas viram toda a vida interna do clube escarrapachada nos jornais da Cofina e na internet, com a publicação da auditoria de gestão ao mandato de Bruno de Carvalho. Só quatro dias depois é que um elemento dos órgãos sociais falou sobre o assunto. Falo concretamente de Rogério Alves, presidente da Mesa da Assembleia Geral, que num convívio no núcleo de São Miguel falou aos Sportinguistas presentes. 

"Lamentável"


Link da notícia (aqui)

Basicamente, o que ficou desta intervenção para a opinião pública foi a já célebre expressão do "lamentável". É aqui é muitíssimo curioso que dos relatos do discurso do senhor presidente da MAG na imprensa só tenham sido passadas quatro ideias. A saber: 
1 - o tal soudbyte do "lamentável", que até faz lembrar o famoso "foi chato";
2 - não se sabem os responsáveis; 
3 - lançar a ideia que há que remeter a auditoria para a disciplina do clube e para a justiça;
4 - lançar uma bóia de salvamento à direcção. 

Como as notícias sobre as declarações de Rogério Alves foram tão poucas e todas com a mesma narrativa e destaque, desconfiei da coisa. E ao desconfiar tentei perceber o que foi de facto dito. A realidade é que o Presidente da MAG disse mais, muito mais do que o que a imprensa passou. E é muito curioso que isso não tenha chegado aos jornais desportivos e restante imprensa, nomeadamente aos senhores da CMTV, sempre ávidos por declarações sumarentas. 

As declarações de Rogério Alves 


Façam o favor de ver e ouvir a conclusão do senhor presidente da MAG relativamente a esta matéria.


Se não ouviram bem, deixo a citação para a posteridade.
"Portanto, quero dizer-vos que não fiquei irritado. Isso não, mas fiquei muito desapontado. Fiquei triste. E não compreendo como é que alguém que possa dizer que gosta do Sporting, expõe o Sporting a este tipo de coisas. Já agora permitam-me este comentário. Agora já está, já está, mas é um combate muito grande para nos preservarmos, nos defendermos, nos protegermos, para não estarmos sempre a fornecer pretextos para o espaço público do Sporting que está cheio de coisas negativas quando temos tantas coisas positivas para lançar para esse espaço público". 

Resumindo


Minutos antes destas declarações, Rogério Alves tinha dito que não sabia quem tinha sido a pessoa a divulgar a auditoria. Ora, na conclusão do seu discurso o que vemos é o máximo representante dos sócios do Sporting, num tom de completa desilusão e de desabafo, assumir que o leak partiu do próprio Sporting. 

A expressão "não compreendo como é que alguém que possa dizer que gosta do Sporting, expõe o Sporting a este tipo de coisas" é de uma dureza tal que não deixa margem para dúvidas. O leak partiu evidentemente do interior do Sporting, como sempre foi a minha profunda convicção, até pela forma como todo este processo foi sendo conduzido pelo Sporting. 

Ainda para mais, refiro-me a uma declaração vinda de alguém que pode ser criticado de muita coisa, mas não será certamente de ter dificuldades oratórias, logo, nem sequer estamos aqui perante um lapsus linguae. Rogério Alves disse o que disse, como, quando e da forma que quis dizer e para quem quis ouvir. Curiosamente, os jornais (os mesmos que publicaram a auditoria) fizeram ouvidos moucos destas declarações bombásticas. Por que será?

"Agora já está, já está!"


Mas o mais surpreendente deste discurso foi mesmo o "agora já está, já está!", que mais não é do que a demonstração cabal de que por si a culpa morrerá solteira, apesar do seu "desapontamento e tristeza". Termino relembrando os estatutos ao senhor presidente da MAG, nomeadamente, duas alíneas do artigo 21º relativo aos deveres dos sócios. A alínea e): 


E por fim a alínea h) do mesmo artigo, que se enquadra neste assunto como uma luva.


Perante tudo isto, estou muitíssimo curioso para ver o que dirá o Dr. Rogério Alves na entrevista que dará amanhã no ambiente controlado da Sporting TV.

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domingo, 21 de abril de 2019

A grande mentira


De hoje em diante podem contar com uma crónica domingueira sobre o momento leonino escrita pelo "Olheiro de balcão". Aqui fica a primeira.


Existe um claro abismo entre gerações diferentes de Sportinguistas que marca dolorosamente a vida interna do Clube. É daquelas lutas fratricidas que decorrem nas famílias para fazer vingar um determinado pensamento, caminho, que uns desejam impor a outros. Talvez a expressão luta fratricida tenha sido exagerada – ou do agrado dos mais radicais, que isto de paixões e amores clubísticos dá para tudo –, mas se preferirem algo mais corriqueiro e banal, imaginem-se naqueles almoços ou jantares (quanto maior e mais heterogénea for a árvore genealógica presente, maior a probabilidade de ocorrência) em que surge um tópico mais sensível na mesa, seja ele de que natureza for, para se entornar mais ou menos o caldo.

A verdade é que há uma clivagem notória entre dois grandes grupos diferentes de Sócios. Não necessariamente na questão etária, mas de anos de associado pelas (disclaimer!) justíssimas benesses que os mais “antigos” têm em relação aos mais “recentes”. Não se medem nem nunca se medirão Sportinguismos por razão alguma e, por exclusão de partes, tão-pouco pela antiguidade. Mais votos nas decisões é um extraordinário reconhecimento que o Clube pode proporcionar ao Sócio, no prémio pela fidelidade bem como à sua contribuição materializada nas quotas, para além do apoio que se espera sempre que estejam Listadas em qualquer campo. Dirijo-me, em especial, aos adeptos que frequentam o pavilhão do Multidesportivo para ver o ténis de mesa; aos que estiveram a apoiar o goalball em Odivelas nos títulos de campeões europeus (masculinos e femininos); aos que seguem os escalões de formação do hóquei em patins; e aos que gostam de ver o Pólo EUL a fervilhar de jovens leões, num qualquer torneio internacional. Tão pequenos e tão orgulhosos da camisola que vestem. Última menção e não a menos revelante: aos que durante anos andaram com a casa às costas atrás das modalidades, espalhadas pela cidade (às vezes fora, de mão), sem nunca regatear dedicação, mostrando devoção e com o esforço de todos, equipas e staff incluídos.

A questão dos diferentes números de votos surgiu na praça pública nas eleições de 2011 e voltou a colocar-se em 2018, desta vez de forma mais paradigmática. Aqui, talvez, tivesse sido a fonte de uma série de equívocos que lançaram o mandato do actual Conselho Directivo numa espiral, como num poço da morte. Aliás, pode apontar-se a Frederico Varandas exactamente o mesmo erro de análise que cometeu Bruno de Carvalho, embora com números e circunstâncias diferentes. Os números são mesmo diametralmente opostos. Bruno de Carvalho saiu da problemática Assembleia Geral de 16 de Fevereiro de 2018 com uma taxa de aprovação de 89,55%, num braço de ferro interno absolutamente desnecessário, se tivermos em conta que precisamente um ano antes tinha tido um resultado eleitoral não muito diferente (86,13%). E desnecessário porque foi precisamente a partir desse ponto que a relação do Presidente do Conselho Directivo com o Presidente da Mesa da Assembleia Geral azedou e atirou o Clube para um autêntico desgoverno. A partir daí, como se costuma dizer, foi sempre a descer. O país seguiu em directo. Nota curiosa do típico ‘karma is a bitch’: as aberrantes alterações nos Estatutos – versões originais depois suavizadas pelo próprio CD, como proponente – acabaram por servir contra Bruno de Carvalho.

Os Sportinguistas, ainda assim, reforçaram o apoio à linha e ao pensamento seguidos, mesmo com o espectáculo degradante do pedido insano para não se ver mais televisões ou jornais que não fosse a Sporting TV. Porém, nunca foi um cheque em branco. Longe disso, como se verificou quatro meses depois. A 23 de Junho, os 89,55% transformaram-se, para BdC, nuns catastróficos 28,64%. O que aconteceu nesses quatro meses ficaria para outros posts, embora esteja directamente ligado à radical mudança que se verificou nos destinos do Sporting. Assim como Bruno de Carvalho poderá ter-se equivocado com o seu momento “I’m the king of the world”, Frederico Varandas ter-se-á equivocado com os 71,36% que quiseram a queda do anterior CD. Não é essa a sua taxa de aprovação. O actual Presidente do Sporting foi eleito com menos 1.018 Sócios votantes que o candidato que ficou em segundo lugar e esse devia ser sempre o número que não lhe devia sair da cabeça. Continua, legitimamente, no desempenho das suas funções. Mas há, no ar, um certo cenário trumpesco, com os (quase) mais três milhões de votos de Clinton, na maior margem de sempre de um derrotado nos Estados Unidos. Até porque o seu lema foi #UnirOSporting que, convenhamos, tem-se revelado um rotundo fracasso. Este episódio da divulgação do resultado da auditoria cobriu o Clube de vergonha nacional, dada a sensibilidade dos dados que foram tornados públicos. Não foram partes. Eventualmente seleccionadas, primeiramente, para a Comunicação Social para depois, então sim, disponibilizar aos Sócios, mediante consulta digital. Foi na íntegra. Mais: no dia em que foram conhecidos os resultados da auditoria nos jornais, o Sporting divulga um comunicado em que dá conta que, dois dias depois, os Sócios que quiserem podiam pedir a consulta do documento. Enviaram uma cópia do mesmo às autoridades – o que não tinham de o fazer, mas foi essa a opção –, sujeitando-se assim ao que daí poderá vir, não tanto pelo foro criminal, mas porque a primeira a esfregar as mãos de contente deve ter sido a Autoridade Tributária. Auditoria relativa ao período de Junho de 2013 a Junho de 2018, de contas auditadas e posteriormente validadas pela CMVM.

A sanha persecutória ao anterior Presidente, esta aparente cegueira pelo castigo exemplar agudiza ainda mais o insucesso do lema escolhido e afasta o Conselho Directivo de uma larga fatia de Sportinguistas que, não sendo aquilo a que normalmente se apelida de brunistas, não vêem razões para demonizar alguém que deixou obra feita. Obra de regime, como é o Pavilhão João Rocha. Nem tudo foi mau nos últimos cinco anos e por mais paradoxal que a ideia possa parecer, tudo o que está a ser feito para exorcizar o fantasma de um Presidente passado só está a fazer com que se torne ainda mais forte. Porque não é de Bruno de Carvalho que os Sócios sentem falta: é da sua presidência e da Glória que trouxe ao Clube. Da rotura que representou ao claro sinal de retrocesso que este novo caminho parece dar a entender, esta tentativa forçada de erradicar, para um grupo de Sportinguistas, a fonte de todo o mal está a ajudar a cristalizar a ideia de que, mesmo com os seus defeitos, o que havia era sempre melhor do que aquilo que existe, sem que isso se possa considerar síndrome de Estocolmo. 

Mudou, indubitavelmente, o Clube. Para melhor, como muita gente dentro do próprio CD reconhece. E fora dele, também. Acredito que Miguel Albuquerque tenha aprendido e crescido como dirigente com Bruno de Carvalho. Negá-lo seria uma ingratidão, até porque em última análise era o Presidente e o seu Conselho Directivo que definiam a política de investimento nas modalidades. Miguel Albuquerque tinha a seu cargo, então, apenas o futsal, mas todas as outras foram também beneficiadas. De uma forma ou de outra, quanto mais não fosse através de programas específicos de apoio a atletas com necessidades específicas, como era o caso dos que faziam (e fazem) parte do Gabinete Olímpico. A entrevista que ontem concedeu ao Record é politicamente lamentável em vários sentidos, desde logo pelo ‘timing’ escolhido. Provavelmente, já tinha sido dada antes de Frederico Varandas ter falado após a vitória na Choupana. No entanto, e mais uma vez, a incompetente comunicação fintou-se a si própria, se é que têm, realmente, algum controlo nos momentos em que cada elemento fala. É lamentável ainda porque, apesar de poder não ter sido essa a intenção de Miguel Albuquerque, a liberdade editorial de José Manuel Freitas levou-o a dar destaque às reais e verdadeiras intenções de, um dia, poder ser candidato à presidência do Sporting. Legítimas, atenção. Independentemente de dizer que nunca será oposição (interna ou externa) a Frederico Varandas – mal seria, já que é o director-geral para as modalidades –, colocar-se como possível alternativa (agora) é o mesmo que dizer ‘nunca contribuirei para que tal aconteça, mas quando cair, cá estarei’. Até porque defendeu que os mandatos são para serem cumpridos e se assim é, fica difícil defender o (bom) momento da declaração porque o actual mandato vai no seu sétimo mês… de 48! O tempo passa depressa, mas Miguel Albuquerque considerou pertinente apresentar-se como alternativa a mais de três anos de distância. Ou relembrar que pode ser.


As modalidades mantêm-se pujantes, seguindo o modelo implementado pelos anteriores dirigentes e tenho a certeza a absoluta que Frederico Varandas será o primeiro a ficar satisfeito pelo facto de se ter investido 20 milhões de euros em cinco anos nas modalidades, com os resultados que se conhecem. Muitas delas tricampeãs, como o futsal e o ténis de mesa, bicampeãs como o andebol e campeãs ao fim de muitos anos, como o hóquei em patins e o regressado voleibol, no bom caminho para revalidar o título. Como Sócio, acho até que 20 milhões é pouco. Devíamos reforçar. Andamos há dois anos a tentar ser campeões europeus no futsal contra uma equipa que gasta por ano mais do que nós temos para todas as modalidades. O retorno está mais do que garantido. É assim que se encantam parceiros. Ainda mais.

Esta fuga dos resultados da auditoria para a praça pública foi (mais um) duro golpe na periclitante gestão do Clube, martirizando ainda mais a família leonina, já demasiado fustigada por esta autêntica guerra de tronos. É assim que se tira vida a Alvalade. Desacredita qualquer um. Talvez desencante parceiros. Acaba por perder-se sempre alguma coisa que dificilmente se consegue recuperar em tempo útil. Frederico Varandas, 10 dias depois – mais uma vez um timing extraordinário –, veio comungar das preocupações dos Sportinguistas que se queixam da fuga da auditoria e até apresentou queixa na Polícia Judiciária e abriu um inquérito interno. Óptimo. Esperemos pelos resultados de ambos, embora acredite que as averiguações realizadas possam vir a revelar-se infrutíferas. O que já não compreendo são os fogos que este CD tem apagado, atribuídos por Frederico Varandas ao anterior executivo. Deu como exemplos os batuques desta vida e outros assuntos de menor importância, esquecendo a justificação que ainda tem de dar ao Clube pelos dois milhões de euros do tão desconhecido como famoso “protocolo chinês” com o Wolverhampton. Os problemas de tesouraria (e financeiros) que teve de resolver com um empréstimo em piores condições do que aquele que o anterior executivo tinha alinhavado só foi possível porque existe o milionário contrato da NOS. Conseguido por quem? Dá ideia que o actual bombeiro de Alvalade anda em acção, não com extintores domésticos mas com um camião cisterna deixado pelo próprios incendiários, segundo a sua avaliação.

Unir o Sporting tem sido uma grande mentira. Revelou-se um enorme engodo. Não estavam realmente preparados para o alcançar. Aquilo que considerou prioritário poderá, porventura, revelar-se a maior fatalidade deste elenco que comanda os destino do Sporting. Assim como a mesma comunicação que os terá encaminhado na subida ao poder será, certamente, a chumbeira que também os levará ao fundo. Como escreveu Cervantes em D. Quixote, só se será realmente melhor do que alguém se se fizer melhor. Friamente, é isso. Fará Varandas melhor? 


Um último reparo, pelo ridículo da situação: apesar de cumprir castigo disciplinar pelas razões que se conhecem, Carlos Vieira foi apontado, pelo actual Conselho Directivo, como testemunha nos processos relativos às rescisões. Gente de bem é assim. 

Texto do "Olheiro de balcão"

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quinta-feira, 18 de abril de 2019

Auditoria Leaks vs "Fait diver"


Na sua edição de hoje o jornal Abola publica uma peça onde diz que João Pinto, capitão do Hóquei em Patins do Sporting e o treinador Paulo Freitas se desentenderam devido a uma questão pessoal e que por isso mesmo o capitão não tem sido convocado. 


Comunicado do Sporting


Link do Comunicado (aqui)

O Sporting lança o seu ataque ao jornal Abola com base em três pontos fundamentais 

1 - Repudiam "de forma veemente o fait diver relativo ao hóquei em patins"

2 - Afirmam que o jornal Abola faz notícias com base em "rumores e na base do diz que disse, em vez de, realmente informar os leitores sobre factos que devem encher de orgulho, não só os Sportinguistas, mas os amantes de desporto na sua globalidade"

3 - O ataque termina quando "sem quererem dar lições de moral", afirmam cabalmente que o Jornal Abola voltou "uma vez mais, a infringir o código deontológico que deveria ser respeitado"

Começo por dizer que concordo com o terceiro ponto, mas isso é muito curto. Se tivesse de classificar o comunicado, diria que é absolutamente patético. E é patético porque num comunicado tão longo o Sporting não consegue sequer desmentir a notícia. Absolutamente surreal. Pior ainda é dizer que este assunto é um "fait diver", quando falamos de uma alegada zanga (mais uma vez repito que não foi desmentida) entre o treinador e o capitão de equipa. Coisa pouca. Eu já estou a imaginar o Marcel Keizer zangar-se com o Bruno Fernandes e deixar o rapaz de fora das convocatórias e o Sporting vir dizer que se tratava de um... "fait diver". 

Acho também particularmente desonesto criticar o jornal Abola por não ter publicado o anúncio da atribuição da organização da Final 4 da Liga Europeia ao Pavilhão João Rocha. Um argumento tão desonesto que até poderia ser usado contra o próprio Sporting. É que hoje saiu para as bancas o Jornal Sporting e não vi uma única linha sobre essa fantástica notícia.

Obviamente, a notícia não saiu nos jornais de hoje porque já foi anunciada durante a madrugada de ontem e já não foi a tempo de ser incluida nos jornais publicados hoje. Só para ficar o exemplo, o Sporting publicou essa extraordinária notícias às 00:36 de hoje nas suas redes oficias. 

Então e sobre a auditoria, não há comunicado contra a Cofina? 


Portanto, perante um "fait diver", como foi apelidado no próprio comunicado, a direcção do Sporting optou por atacar declaradamente o jornal Abola. Já relativamente às publicações e difusão da auditoria de gestão - que expôs toda a vida interna do clube - por parte do Correio da Manhã e do jornal Record, o clube não disse uma única palavra. Nada. Nicles. Zero. Bola. 

Desculpem lá, mas esta notícia do jornal Abola por um jogador que até já se sabe que está de saída, tem alguma relevância quando comparada com a auditoria? Os prejuízos causados pela divulgação da auditoria no Record e no Correio da Manhã não são muito superiores a este "fait diver"? Então porque raio o Sporting não fez sequer um comunicado sobre o assunto? Porque será que o Record não foi imediatamente excluído de media partner da Summit das Modalidades, que decorreu nos dias seguintes? E finalmente, porque raios é que o Sporting ainda não meteu o grupo Cofina em tribunal por publicação de documentação confidencial? Por que será? 

É curioso que ainda ontem tenha saído no Record uma notícia - que até teve destaque de capa - sobre Wendel. Relativamente a isso o Sporting não disse uma linha, nem mesmo quando a própria notícia usou o mesmo expediente da notícia de hoje do jornal Abola, não ouvido os visados (Sporting e Wendel). Pois é, para os "amigos" do Record não se dão "lições de moral", muito menos quando são eles que nos dão todos os "jeitos". 

Meus amigos, só não vê, quem não quer ver. 

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quarta-feira, 17 de abril de 2019

Auditoria Leaks - A remuneração de Fredy Montero


Dando sequência à análise dos vários dossiers lançados pela imprensa com base na auditoria de gestão ao mandato de Bruno de Carvalho, trago-vos hoje a questão da remuneração de Fredy Montero.

A segunda vida de Montero no Sporting 


Aqui fica a peça do Jornal Record sobre o vencimento de Fredy Montero.

Abram num novo separador para ampliar imagem

As dúvidas da auditora


Fredy Montero chegou ao Sporting em Julho de 2013 e foi vendido ao Tianjin Teda da China em Janeiro de 2016. Duas épocas e meia ao serviço do Sporting onde disputou 94 jogos e marcou 37 golos. Regressou ao clube em Janeiro de 2018 e saiu no passado mês de Janeiro para a MLS. Nesta segunda fase no Sporting disputou 37 jogos e marcou 9 golos.

Segundo a Baker Tilly, na primeira passagem pelo Sporting o atleta tinha um vencimento anual médio de 200 mil euros e na segunda passagem um vencimento anual médio contratualizado no valor de 2 milhões de euros. Face a isto e em traços gerais a Baker Tilly considera que "não obtivemos explicações suficientes que sustentem o racional que justifica os termos contratuais do segundo contrato, ou seja um aumento tão grande na sua remuneração".

Vamos lá então desmontar tudo isto. Primeiro vou demonstrar que o primeiro contrato não era apenas de 200 mil euros por ano e depois vou demonstrar que o segundo contrato estava inserido numa lógica de curto prazo que foi completamente ignorada pelos auditores.

Quanto ganhava Montero na MLS? 


Obviamente, 200 mil euros anuais para um atleta internacional vindo da MLS como uma das principais figuras dos Seattle Sounders seria uma remuneração muito curta.

A MLS é uma liga absolutamente transparente e os vencimentos de todos os jogadores são publicados numa base anual. Ora vamos lá ver no report do 2012 - último ano que Montero esteve na MLS - quanto é que auferiu o atleta colombiano.  

Link do report (aqui)

Como podem verificar, Fredy Montero deixou a MLS onde auferiu 756 mil dólares em 2012, que à taxa média de conversão em 2012 daria cerca de 670 mil euros. Portanto, Montero deixava a MLS para vir para o Sporting receber menos de um terço do que ganhava? Claro que não.

O vencimento de Montero


Importa recordar que Montero chegou ao Sporting por empréstimo de uma época. Para essa época ficou logo acordado o vencimento de 200 mil euros anuais. Ficou também acordado que em caso do Sporting accionar a opção de compra, o atleta ficaria no clube por mais 4 épocas e que o seu vencimento anual seria crescente: 255 mil euros em 14/15; 305 mil euros em 15/16; 355 mil euros em 16/17 e 405 mil euros em 17/18. 

Vamos ver então o que de facto foi pago como vencimento e prémios a Fredy Montero nesta primeira fase no Sporting. 
Dados publicados na Auditoria de gestão ao mandato de Bruno de Carvalho

Como podem ver no quadro anterior, Fredy Montero recebeu cerca de 632 mil euros pelos 2 anos e meio que esteve no Sporting a que se somam 65 mil euros em prémios que perfaz o total de 697 mil euros. Portanto, o atleta sairia da MLS onde ganhava cerca de 670 mil euros por época e vinha para o Sporting receber 697 por duas épocas e meia? Mas isto entra na cabeça de alguém? Claro que não.

Os direitos de imagem


Relativamente aos direitos de imagem, que também foi um tema que saiu da auditoria, farei a análise global num outro post. Para já utilizarei apenas os dados relativos aos direitos de imagem de Montero, que é o que estou a tratar neste post.

Ora, a remuneração de Fredy Montero nesta primeira passagem pelo Sporting tinha três componentes: salários, prémios e direitos de imagem. Visto os salários e os prémios em cima, passo agora para os montantes dos direitos de imagem.

Assim que ingressou no Sporting em 2013, Montero assinou um contrato global de direitos de imagem no valor de cerca de 3,5 milhões de dólares, que vigoraria enquanto o atleta estivesse ao serviço do Sporting. Como o contrato não foi cumprido até ao final (jogador foi vendido para a China), desse bolo total o Sporting "só" pagou 1,344 milhões de euros de direitos de imagem divididos por essas duas épocas e meia.

Para fazermos uma análise séria relativamente às remunerações do jogador temos de fazer aquilo que a auditora não fez, que passa por somar o vencimento, os prémios e os direitos de imagem. Vejamos:

Dados publicados na Auditoria de gestão ao mandato de Bruno de Carvalho
Como podem verificar, Montero recebeu em 2013/2014, cerca de 655 mil euros do Sporting. Um montante praticamente igual ao que auferiu na última época na MLS. Na época seguinte teve uma remuneração total de 846 mil euros e em 2015/2016 recebeu cerca de 540 mil euros pela meia época que realizou no Sporting. No total, Montero recebeu do Sporting pouco mais de 2 milhões de euros por duas épocas e meia.

Logo, muito longe da teoria dos 200 mil euros médios por ano que a Baker Tilly usou para construir a sua narrativa falaciosa.

Primeira falácia desmontada  


A primeira falácia da conclusão da Bakert Tilly está no facto de considerarem que "no primeiro período em que Montero esteve ao serviço do Sporting a sua remuneração média foi de 200 mil euros". Ora, como vimos em cima a remuneração de Montero tinha três variáveis: salário, prémios e direitos de imagem. E tanto assim é que no próprio capítulo de análise dos direitos de imagem os auditores da Baker Tilly dizem que os montantes dos direitos de imagem "são efectivamente componentes da remuneração dos jogadores".

Então se fazem parte da "remuneração" dos jogadores, como é que não foram incluídos no primeiro período de análise? O que é um facto é que desta forma a Baker Tilly transformou uma remuneração total de 2 milhões de euros por 2 anos e meio de contrato em pouco mais de 600 mil euros. Uma "jogada" que lhes permite seguir a narrativa do "não obtivemos explicações suficientes que sustentem o racional que justifica os termos contratuais do segundo contrato, ou seja um aumento tão grande na sua remuneração".

Depois de explicado o primeiro contrato com o Sporting, vamos ao segundo.

A segunda passagem de Montero pelo Sporting


Capa Jornal Record 18/01/2018
Obviamente, quando o jogador se transfere para a China vai auferir um salário astronómico, como é do conhecimento de todos aqueles que acompanham o fenómeno. É evidente que para fazer regressar o jogador ao Sporting é necessário pagar mais do que o que ele auferia no primeiro contrato com o Sporting. Só assim é Montero poderia pensar em abdicar do contrato milionário que tinha com os chineses do Tianjin Teda

É curioso que na altura tenha sido o próprio Jornal Record a noticiar que o atleta abdicou do seu contrato com os chineses  para voltar ao Sporting. Ora, na notícia relacionada com a auditoria, o que o jornalista do Record deveria ter feito era precisamente analisar todas estas movimentações e notícias em torno de Montero para dar uma perspectiva total aos seus leitores. É que pegar na auditoria e fazer copy paste sem nenhum análise jornalística qualquer um faz.




O atleta regressou ao Sporting em Janeiro de 2018 assinando um contrato de época e meia (até final de 2018/2019), onde receberia 1,2M pelos 6 meses da época 2017/2018 e 2,9M pela totalidade da época 2018/2019. Nesse acordo o Sporting ficou ainda com a opção de renovar automaticamente por mais duas épocas (19/20 e 20/21) pagando 1,3M de salário anual por cada uma dessas épocas.

Neste segundo contrato podemos debater se a contratação de Montero foi ou não boa para o Sporting face aos valores acordados. Na realidade 2,9M pela época 18/19 seria um investimento muito grande para um jogador que não seria titular de caras do Sporting e na minha opinião falamos de um valor incomportável face ao facto de não ser um elemento preponderante na equipa. Mas há um "mas" muito grande no meio de todo este processo.

Uma grande "novidade" e a teoria da dupla representação 


Para fazermos uma análise séria é fundamental que os Sportinguistas tenham acesso a toda a informação. Informação essa que deveria ser relevada nas conclusões da auditoria e na própria peça do jornal Record. Infelizmente, não está. Mas cá estou eu para falar nela.

Como foi anunciado aos Sportinguistas no jornal do clube e em comunicado à CMVM, o Sporting pagou 1M de euros de comissões à ColombialGol SAS e Proeleven para resgatar o jogador. Com a auditoria ficamos a saber que 600 mil euros foram para a ColombiaGol SAS e que 400 mil euros foram para a agência Proeleven.

Diz a Baker Tilly que há aqui dupla intermediação para levantar dúvidas sobre o negócio. Falamos de pura e simplesmente mais um episódio de pura má fé destes senhores. É que basta ler TODA a auditoria para perceber que a ColombiaGol SAS recebeu 600 mil euros de comissão por "definindo a melhor maneira de convencer Montero a aceitar a SCP SAD em vez de outro clube", conforme se pode ler na própria auditoria, com base no contrato assinado entre as partes.

Relativamente aos 400 mil euros para a Proeleven foram pagos na assessoria da extensão do contrato do jogador, mas também na óptica de uma estratégia claramente definida para o futuro do jogador, como podem ver de seguida.

Excerto Auditoria
Como podem ver num excerto da auditoria, a estratégia do Sporting passava por contar com o atleta por apenas aquela meia época da temporada 17/18, pagando os tais 1,2M em salários e vendendo o jogador no verão de 2018. Logo, já não seria necessário ter de lidar com um salário de 2,9M de euros anuais. Isto é tão evidente que no dia em que o jogador está a assinar com o Sporting, a SAD está já a dar poderes à Proevelen para que no final da época o jogador seja transferido.

Posto isto, tenho de dizer que a opção de contratar Montero dentro destes moldes teve todo o sentido na época. Falamos de um mercado complicado como é o de Janeiro, onde contratar um Ponta de Lança não é fácil nem barato. Mas mais relevante ainda é o facto de ser necessário um período de tempo de adaptação dos novos jogadores à equipa, ao país, aos novos companheiros, ao treinador e até em relação ao tipo de futebol praticado. Ora, no caso de Fredy Montero nada disso seria uma condicionante porque já tinha passado pelo Sporting, onde conhecia o país, o futebol, a estrutura, grande parte dos companheiros e até já tinha trabalhado com Jorge Jesus.

Com a tal definição clara e evidente que o atleta seria para vender no final da época, afirmo que para mim esta contratação teve todo o sentido.

Vamos a números


No final do dia, a Baker Tilly lá lançou o "não obtivemos explicações suficientes que sustentem o racional que justifica os termos contratuais do segundo contrato, ou seja um aumento tão grande na sua remuneração". Parece-me evidente que ficou tudo esclarecido em cima, mas não quero terminar sem fazer um balanço do percurso de Montero no Sporting.

Dados recolhidos na Auditoria

Portanto, no mandato de Bruno de Carvalho, Fredy Montero recebeu do Sporting pouco mais de 3 milhões de euros em remunerações. Dois milhões na primeira passagem e um milhão na segunda passagem.

Se olharmos para os montantes pagos e recebidos nas transferências do jogador ficamos com o seguinte:

Se quisermos ainda fazer uma análise mais global, subtraindo aos 1,635M de lucros das transferências os cerca de 3M de euros de remunerações, ficamos a perceber que na realidade Montero custou ao Sporting no mandato de Bruno de Carvalho cerca de 455 mil euros por cada uma das três épocas que esteve ao serviço do Sporting.

Concluo dizendo que falamos de um atleta fez 131 jogos tendo feito 18 assistências e marcado 46 golos, tornando-se no 5º melhor marcador do Sporting neste século, sendo só superado por Liedson, Bas Dost, Jardel e Slimani.


Resumindo e concluindo


A Baker Tilly lançou aqui uma série de dúvidas absolutamente irrelevantes sobre um jogador que até deu lucro e rendimento desportivo ao Sporting. Olhando para isto depois de ter analisado a auditoria eu diria que a Baker Tilly tudo fez para tentar criar aqui um caso onde ele não existe. É triste verificar a fraqueza dos argumentos utilizados e sobretudo a manipulação e omissão de factos muitos relevantes das conclusões. E já nem entrei nas comparações absolutamente patéticas de €/por minuto jogado. Enfim, é o que temos...

Concluo perguntando onde é que está aqui o caso de polícia? Onde é que o Sporting foi prejudicado?

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