sábado, 29 de junho de 2019

Um "Orçamento" para chumbar


Nos últimos tempos muito se tem falado sobre o orçamento do Sporting (clube) para a época 2019/2020, sem que tenha havido um esclarecimento cabal do conselho directivo. A entrevista do Presidente Varandas e o artigo de Francisco Salgado Zenha, vice-presidente com a área financeira, não foram minimamente esclarecedoras. Apesar de algumas notícias na comunicação social, parece-me que os sócios do Sporting ainda não têm plena consciência da profunda mudança de estratégia que será levada a cabo, por isso, urge esclarecer os Sportinguistas com dados concretos. Vamos a isso. 

Quotização


O artigo de Francisco Salgado Zenha no jornal Sporting trouxe poucos esclarecimentos, mas ainda assim ajudam a perceber a perspectiva do clube. Começo pela principal receita do clube: as quotizações dos sócios. 

Aqui ficam os dados relativos aos últimos anos:

* Previsão apresentada Francisco Salgado Zenha no Jornal Sporting 27/06/2019

Dividi o gráfico anterior em três momentos diferentes. A amarelo estão os dois exercícios de Godinho Lopes, a verde os exercícios de Bruno de Carvalho e a cinza o exercício de Frederico Varandas. 

Existe um grande salto nos valores entre a presidência de Godinho Lopes e Bruno de Carvalho devido a uma das mais importantes decisões tomadas no clube nos últimos anos, que foi a decisão de canalizar a totalidade das receitas de quotização dos sócios para o clube. Até à entrada de Bruno de Carvalho parte destas receitas iam para a SAD. 

O Presidente Bruno de Carvalho começou então com cerca de 6M de receitas de quotização em 2013/2014 e graças ao enorme número de associados que conseguiu trazer para o clube, deixou o Sporting com receitas de quotização na casa dos 9M por época. Falamos de um crescimento de 3M em 5 anos. 

Como é do conhecimento público, o Sporting partiu para 18/19 com um orçamento por duodécimos, numa decisão absolutamente lamentável da comissão de gestão e da comissão de fiscalização. Depois de ganhar as eleições, o Presidente Varandas fez novo orçamento e apresentou-o aos sócios. Nesse orçamento, que foi aprovado por 56% dos votos em Novembro de 2018, o Presidente Varandas orçamentou que a rubrica de quotizações teria um valor de 9,7M

Um montante muito elevado mas que foi justificado no próprio orçamento. Vejamos:


A realidade é que "o conjunto de iniciativas que estavam previstas para esta área" não apareçam, como é do conhecimento dos sócios. Ora, de acordo com o artigo publicado por Francisco Salgado Zenha no Jornal Sporting desta semana, os sócios ficaram a saber que afinal o Sporting irá facturar em 18/19 um montante que não chega aos 8,5M em quotizações. Uma diferença abissal de 1,2M de euros em relação ao orçamentado pelo Presidente Varandas. 

Eu vou repetir para as pessoas não ficarem com dúvidas: o Presidente Varandas orçamentou receitas de quotização de 9,7M e vai fechar contas com apenas 8,5M, falhando o objectivo por uns incríveis 1,2M. 

Pela primeira vez nos últimos 7 anos, o montante global das quotizações sofreu uma queda. E não foi uma queda pequena. Falamos de uma quebra de cerca de 500 mil euros, quando o Presidente Varandas e a sua equipa achavam que iamos crescer mais de 700 mil euros. 

Para o orçamento de 19/20 que será apresentado hoje, o Conselho Directivo de Frederico Varandas orçamentou 9M em quotizações. Um montante ao qual o Sporting já tinha chegado no ultimo ano de presidência de Bruno de Carvalho e que mesmo assim é inferior em 700 mil euros em relação ao orçamentado em 18/19.

Quanto à principal receita do clube estamos falados, sendo que nesta fase toda a gente percebe os motivos pelos quais não conseguem aumentar as receitas de quotização.

Publicidade e patrocínios


Também no artigo do jornal Sporting, Francisco Salgado Zenha decidiu falar de outra área importante de receitas: a publicidade e os patrocínios. Vamos a números.


Em termos de publicidade e patrocínios, a administração de Bruno de Carvalho conseguiu elevar os números de Godinho Lopes para valores entre os 2,2M e os 2,4M. No artigo do vice-presidente pela área financeira é dito que esta rubrica fechará em 18/19 nos 2,359M quando tinha sido orçamentado pelo Presidente Varandas um valor pouco superior aos 2,5M. Portanto, mais uma vez, a execução ficou aquém do orçamentado, apesar de aqui os números não serem muito dispares. Falamos de pouco mais de 140 mil euros. 

Nesta rubrica o problema é outro. Como é sabido, a administração de Bruno de Carvalho não negociava patrocínios abaixo dos valores que considerava justos para as suas equipas, preferindo ficar sem patrocínio nas camisolas de algumas modalidades ao invés de obter o valor possível. Ora, com a direcção de Frederico Varandas essa politica alterou-se e foram trazidos para o Sporting uma série de novos patrocinadores nomeadamente para o Voleibol, Hóquei em Patins e Andebol. 

A realidade diz-nos que mesmo com a entrada desses novos patrocinados não se conseguiu alcançar os números da época 17/18 no que a esta rubrica diz respeito. Para a próxima época estão orçamentados 2,7M, mas também é preciso recordar que teremos a entrada do Basquetebol como modalidade oficial, o que gerará um aumento de patrocínios.

De qualquer forma, relativamente a esta rúbrica não há muito a dizer. Faço a análise do ponto para esclarecer os Sportinguistas.

Bandalheira


Depois da análise das receitas, o artigo entrou na fase da bandalheira, senão, vejamos: 

Print Jornal Sporting

Este foi o gráfico apresentado por Francisco Salgado Zenha no artigo que publicou ontem no Jornal Sporting. Ora, neste gráfico é suposto os Sportinguistas ficarem a ter conhecimento da evolução dos resultados líquidos do clube das últimas 10 épocas e ficarem com a estimativa do resultado do exercício de 2018/2019 que termina domingo. 

O primeiro erro está logo no facto de se dizer "Real 2018/2019", quando o resultado apresentado não é real, uma vez que o exercício em causa ainda nem sequer terminou. Estamos perante uma estimativa feita por Salgado Zenha. Este é um pequeno pormaior, no meio de uma bandalheira total. 

Depois reparem que o gráfico não tem eixo horizontal para separar os valores negativos dos positivos o que gera aqui uma tremenda confusão, especialmente no que diz respeito à tal estimativa para a época 18/19. Ainda poderíamos olhar para os valores e se o fizéssemos ficaríamos ainda mais confusos. Para quem não sabe, quando se apresentam valores entre parêntesis, significa que os valores são negativos, mas sabemos que nos últimos anos o clube tem dado lucros consecutivos, logo 
não se aplica e é mais um sinal da total incompetência.

Portanto, para que as pessoas percebam melhor o que foram os resultados líquidos dos últimos 10 anos de Sporting (clube) eu faço um gráfico perceptível.

Evolução REL (Sporting - clube) na última década
Esta década fica claramente dividida a meio em dois períodos distintos. Uma primeira fase ainda com os últimos tempos de Filipe Soares Franco e depois os mandatos de José Eduardo Bettencourt e Godinho Lopes. Durante estes 5 anos de análise (2008 a 2013) o Sporting teve sempre resultados negativos e acumulou prejuízos de cerca de 18,5M. Com a entrada de Bruno de Carvalho no clube o panorama mudou por completo. Foram 5 anos (2013 a 2018) de resultados positivos consecutivos em que o lucro acumulado ficou na casa 16,8M. Ou seja, foram 5 anos a trabalhar para limpar o buraco deixado nos cinco anos anteriores. E isto acumulado com o grande desenvolvimento das modalidades do clube que voltaram a ganhar títulos europeus e nacionais e com a construção do Pavilhão João Rocha. 

Por fim, ainda em relação aos resultados líquidos fica a dúvida no ar se os 140 mil euros colocado no gráfico como "real 18/19" - que na realidade são o valor estimado para essa época - serão lucros ou prejuízos. Nem Francisco Salgado Zenha no seu artigo, nem o Presidente Varandas na sua entrevista esclareceram o assunto. Por isso tenho de esclarecer eu. Segundo o que consegui apurar, o Sporting prevê que o exercício 18/19 termine com estes 140 mil euros de lucro. Importa recordar que nos últimos 5 anos o pior resultado obtido tinham sido os mais de 2M de euros de lucros em 2017/2018.

Bandalheira a dobrar


Se este primeiro gráfico foi mau, tenho que vos dizer que há ainda pior. Caros associados, apresento-vos os "gastos com o pessoal" à moda de Francisco Salgado Zenha.

Retirado Jornal Sporting

Ora bem, a primeira coisa que é importante esclarecer é que nas contas do Sporting existem duas rubricas relacionadas com vencimentos. Uma para os atletas e outra para os funcionários do clube propriamente ditos. Ora, a conta relacionada com os vencimentos dos jogadores é designada por "honorários". Até deixo a descrição que é colocada nos relatórios e contas do clube para que não restem dúvidas: 

Relatório e contas Sporting
Por outro lado, os tais vencimentos com funcionários estão na rubrica designada por "gastos com pessoal". Aqui fica novamente um print com a explicação: 


Ou seja, em bom rigor, quando o vice-presidente do Sporting com o pelouro financeiro faz um gráfico com os "gastos com o pessoal", quem analisa as contas percebe que se refere aos gastos com os funcionários "não desportivos" do clube, por assim dizer. E o que é que interessa trazer os gastos com funcionários para o jornal do Sporting? Absolutamente nada.

Quando olhei para os valores presentes no gráfico apercebi-me logo que a coisa não estava bem, mas confesso que o meu primeiro pensamento até foi de desculpabilização. No momento pensei algo do género: "O Zenha sabe perfeitamente que aquilo não são os gastos com o pessoal, mas colocou sob esse nome para que as pessoas menos familiarizadas com as contas tivessem a noção que são os valores relacionados com os vencimentos das modalidades". O problema é que mal olhei para os valores apercebi-me que nem se fosse esse o caso a coisa tinha sentido. Passo a explicar: 

Quando se fala de orçamento de futebol ou das modalidades quer-se falar nos custos com os vencimentos dos jogadores e treinadores. É essa a base e é isso que importa analisar. Por exemplo, é errado olhar para o valor total dos gastos e perdas de um orçamento como sendo esse o valor do Orçamento das modalidades. O que é que o custo da luz, da água, dos funcionários da secretaria e por ai fora têm a ver com as modalidades em si? Absolutamente nada. Por isso é que nos orçamentos e nos relatórios e contas do Sporting existe essa clara separação entre os "gastos com pessoal", que são os gastos com os funcionários e os "honorários", que são os gastos com os altetas e treinadores. 

Em relação a estes números não consigo encontrar explicação. Ainda pensei que Francisco Salgado Zenha tivesse somado os honorários com os gastos com pessoal, mas nem essa soma chega a valores tão elevados como os apresentados. Concluindo, o que está nesse quadro não vale nada. Está tudo errado. 

Serve este ponto para mostrar a leviandade com que se tratam matérias tão sensíveis e importantes para a vida do clube e dos seus associados, sem que haja sequer uma revisão ao conteúdo. 

Vamos falar então dos Orçamentos nos tempos de Bruno de Carvalho


Para se ter um termo de comparação é necessário ver o que foi feito nos anos anteriores pela antiga direcção do Sporting. De seguida deixo a informação.

Rubrica "Honoráriros" - Dados relatórios e contas

Neste gráfico estão então os valores totais dos honorários, que são a rubrica pela qual vulgarmente as pessoas designam por orçamento para as modalidades. Como podem verificar, o orçamento das modalidades do Sporting no mandato de Bruno de Carvalho foi sempre em crescendo, permitindo melhorar os planteis que tantas alegrias têm dado aos Sportinguistas. E aqui é importante dizer que uma parte substancial deste mérito foi dos Sportinguistas, que durante esse tempo aproximaram-se do Sporting tornando-se sócios. 

Para que não restem dúvidas, deixo-vos com a comparação entre os valores recebidos de quotização e os orçamentos para as modalidades.

Dados relatórios e contas
Como podem verificar, o montante recebido de quotizações foi sempre maior do que o montante do orçamento das modalidades do Sporting. Quando se fala em sustentabilidade das modalidades este é um belíssimo exemplo. 

A gestão de Frederico Varandas


Francisco Salgado Zenha diz no artigo que o Sporting estima que o exercício 18/19 - que acaba daqui a dois dias - terá um montante total de quotização de 8.468.159,00 €. Este valor já é publico.

Ficou a faltar conhecermos publicamente o valor estimado dos honorários, uma vez que nem Sporting, nem Presidente Varandas, nem Francisco Salgado Zenha tornaram a informação pública. Não divulgam eles, divulgo eu. Os honorários estimados para 18/19 que serão apresentados na proposta de Orçamento de 2019/2020 são de 10.330.976,00€. Assim sendo, se fizermos uma comparação entre as quotizações e os honorários estimados pelo Conselho Directivo para 18/19, temos algo deste género. 


Isto é o mesmo que dizer que pela primeira vez após a passagem da totalidade das quotizações da SAD para o clube, o orçamento das modalidades foi superior ao montante das quotizações. E não falamos de uma diferença pequena. Falamos de 1.862.817,00€. 

Mas vamos agora ao mais relevante que é aquilo que também tem dado muito que falar.

3 Milhões de cortes nas modalidades actuais - Verdade ou Mentira?


Os Sportinguistas ficaram apreensivos quando no passado dia 21 de Junho o jornal Ojogo escreveu sobre cortes nas modalidades do Sporting. Uns não acreditaram e outros não quiseram acreditar, mas a realidade é só uma. 


Dizia o jornal que o Presidente Varandas se preparava para apresentar um orçamento com um corte de 3M nas modalidades. O jornal avançou que será retirado meio milhão ao Andebol, meio milhão ao Futsal, meio milhão ao Hóquei em Patins, meio milhão ao Voleibol, meio milhão às outras modalidades e o ciclismo será extinto. Tudo somado davam os tais cortes de 3 milhões de euros. Sobre os montantes a cortar em cada uma das modalidades não me vou pronunciar, porque isso não consigo dizer com certeza. Só a direcção do Sporting saberá quando e onde cortou. 

O que é um facto é que os cortes vão mesmo existir e são na casa dos 3M. Na época 2018/2019 que termina em dois dias, o Sporting estima que os custos com honorários serão de 10.330.976,00€, como disse em cima. Ora, mais uma vez, como o Sporting não informa, informo eu. O montante dos honorários propostos no orçamento que será apresentado e votado hoje é de 8.027.203,00€. Portanto, em 2018/2019 o Sporting gastou cerca de 10,3M em honorários e em 2019/2020 quer gastar um montante de cerca de 8M, que faz com que o orçamento seja reduzido em 2,3M de euros. 

Ó mister, mas 2,3M não são 3M!? 


Foi precisamente aqui que o jornal Ojogo não concluiu com clareza a sua peça. De facto as reduções nas modalidades que tivemos em 2018/2019 chegam aos 3M, só que o jornal Ojogo não subtraiu a estes 3M de cortes o orçamento da nova modalidade do Sporting, o basquetebol. Falamos de um montante entre os 700 e 800 mil euros que o próprio jornal diz que será o orçamento a nova equipa de basquetebol. Portanto, Frederico Varandas corta 3M nas modalidades que tínhamos até final desta época e acrescenta o Basquetebol investindo os tais 700 ou 800 mil euros, o que faz com que o Orçamento da época 2019/2020 seja inferior a 2,3M ao valor executado em 2018/2019.

Só para análise dos leitores, deixo também uma notícia do Jornal Abola.


Curiosamente, o jornal Record que sabe sempre tantas coisas do Sporting, inclusivamente recebe auditorias que deveriam ser confidenciais em primeira mão, nem sequer escreveu uma linha sobre esta matéria. Obviamente, coincidência.

Concluindo


Quando os Sportinguistas foram informados que o Basquetebol se tornaria modalidade oficial em 2019/2020, muitos foram aqueles que questionaram a possibilidade de investir já nessa modalidade. Ainda para mais quando no plano da direcção anterior estava contemplado que o Sporting só teria Basquetebol quando tivesse montantes de quotização que lhe permitissem pagar a modalidade. Foi inclusivamente traçada a meta dos 200 mil sócios para se ter condições para acolher o Basquetebol sénior masculino no seio do clube. Recordo que estamos com 182 mil sócios.

Sejamos sérios, acrescentando uma modalidade ao clube seria de esperar que o orçamento fosse aumentado. Seria, obviamente, o mais lógico. Importa recordar, que uma nova modalidade não traz só custos ao clube, tem também novas receitas. No limite, e mesmo eu não concordando com isso, até poderia dar de barato que o orçamento das modalidades se mantivesse igual, sendo a nova modalidade "financiada" por pequenos cortes em todas as outras modalidades para compensar esta nova despesa. Agora, o que foi feito não foi isto. Foi muitíssimo pior. Estamos a falar de uma decisão de cortar 3M nas outras modalidadades para acolher o Basquetebol. São 2,3M a menos do que em relação à época passada, com uma modalidade a mais. Estamos a falar de um número avassalador.

Já deu para perceber que a narrativa a passar aos sócios será o chavão do "é possível fazer mais com menos". Querem fazer passar a ideia que o Sporting tinha gorduras nas modalidades na casa dos 3M para serem cortadas. Algo que não consigo aceitar de maneira nenhuma. Vou-me repetir, mas o número é avassalador. Vou dizer devagarinho e por extenso para que as pessoas percebam: dois milhões e trezentos mil euros a menos do que na época passada e com mais uma modalidade. Absolutamente surreal. Só para termo de exemplo, 2,3M serviriam para pagarmos a 23 atletas a ganharem 100 mil euros por ano. Atletas que poderiam estar nas mais diversas modalidades do clube e a serem os elementos chaves que fazem a diferença entre o insucesso e o sucesso. Isto num clube que não chega à dezena de atletas a ganharem 100 mil euros. Julgo que por aqui conseguem perceber o que seria possível fazer com os 2,3M que foram retirados às modalidades do Sporting.

Face a tudo isto, não posso validar este orçamento. Estamos a falar de um documento onde está plasmada uma redução vergonhosa e injustificada do orçamento das modalidades, que é um verdadeiro crime contra o Sporting e que nem sequer tem justificação, até porque, mais uma vez, o Sporting acabará o exercício de 2018/2019 com lucro. É pouco lucro, é certo, mas lucro. E o Sporting não nasceu para dar lucro, mas para ganhar títulos, e indiscutivelmente quem tem mais recursos está sempre mais próximo de vencer. Podem dar as voltas que quiserem.

Infelizmente não poderei estar presente na Assembleia Geral, mas o meu sentido de voto seria evidente. Orçamento chumbado por ir precisamente no sentido oposto daquilo que defendo para o clube.

Os sócios são hoje chamados a se pronunciarem. Se o caminho que pretendem seguir é o do desinvestimento, votem a favor deste orçamento. Fechem modalidades, acabem com o ciclismo, cortem o orçamento em secções que têm tantas dificuldades, mas que dão tanto ao Sporting, como acontece nas modalidades paralimpicas, mandem embora o Nélson Évora e o João Monteiro, deixem de inscrever equipas nas competições europeias e por ai fora. Os sócios é que mandam e como sempre, respeitarei a decisão de quem manda no clube.

Têm a palavra os sócios.

PS: As dificuldades em encontrar informação para dar estes esclarecimentos aos sócios foram muitas e só ontem consegui ter a confirmação de alguns valores, razão pela qual o post saiu tão tarde. Fica feita esta nota. Ainda relativamente aos números apresentados, se alguém tiver dúvidas em relação aos números que apresentei aqui, sugiro que levem o telemóvel para a AG e que confirmem se os dados que aqui avancei batem ou não certo com os valores que serão apresentados aos sócios na AG de mais daqui a pouco. Analisem, pensem no que é melhor para o Sporting e votem em consciência.

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quinta-feira, 27 de junho de 2019

Mendilhões para totós


Não há um único adepto, treinador, dirigente, presidente, director desportivo, jornalista, analista, ou comentador que ache que neste momento João Félix tenha um valor de mercado de 120M. Obviamente, só o clube mais forte do carrossel de Jorge Mendes poderia pegar no atleta por esse valor estapafúrdio, o que torna ainda mais fácil de desmontar a negociata. Vamos por partes. 

1) Clausula de rescisão foi exercida?


Não. Para a cláusula ser exercida formalmente é o jogador que tem de depositar o valor total da cláusula na conta do Benfica e assim fica livre para assinar por quem quiser. Qualquer outra operação que não passe por isto não é "bater a cláusula". 

2) Como é possível pagar acima da cláusula?


No comunicado do Benfica à CMVM é dito que a proposta do Atlético é de 126M. E porque é que um clube paga acima da cláusula? Precisamente porque não tem liquidez para pagar de imediato a totalidade da cláusula de rescisão, como referi no ponto 1. 

3) Para que são os 6M adicionais?


No comunicado, o Benfica diz que os 126M "contemplam o custo financeiro indexado ao pagamento a prestações previsto nesta proposta" e que "o valor líquido a receber do Atlético de Madrid na data da transferência dos direitos desportivos ascenderá a 120M". 

O que isto quer dizer é muito simples. O Atlético fez uma proposta para pagar o jogador às prestações. O Benfica como precisa do dinheiro já, fará uma operação de financiamento (provavelmente factoring) em que ficará já com a totalidade do dinheiro. Uma operação que custará os tais 6M, que estão então incluídos no negócio global e que são da responsabilidade do Atlético. 

Ou seja, o Atlético paga mais 6M para ter a possibilidade de ir pagando ao longo do tempo (dinheiro que irá para a instituição de crédito que financiou o Benfica). Enquanto isso o Benfica recebe já os 120M. 

Tendo em conta os valores falados eu apontaria para uma proposta do Atlético dentro de 40M+40M+40M.

5) Porque raio o Benfica não aceitou já a proposta?


Simplesmente porque quer que a transferência se faça após 30 de Junho para que o montante entre nas contas da época 2019/2020. 

6) E comissões?


Muitas e boas. Apontaria para uns 30M a distribuir por muitas bocas com Jorge Mendes e Paulo Futre à cabeça. 

7) Mais uma voltinha no carrossel de Jorge Mendes


Para compensar estes valores injustificados e absurdos, o carrossel de Jorge Mendes dará mais uma bela voltinha. Fala-se nos dois miúdos da Lázio por 20M ou Raúl de Tomás por valor semelhante. Na mesma medida, sairão do Atlético para clubes do carrossel outros jogadores com o preço de venda claramente inflaccionado. 

8) E quem sabe uns direitos de opção...


Outra das práticas habituais do esquema passa pelos clubes fazerem acordos de direito de opção. Por exemplo o Benfica paga 2M para poder comprar determinado jogador do Atlético até uma determinada data por um determinado valor. E assim se vão abatendo os 120M. Nos tempos do Footballeaks foram descobertas algumas dessas negociatas, precisamente entre Atlético e Benfica como é possível vermos num post do Blog "Artista do Dia" (aqui)

9) E ninguém diz nada?


Claro que não. Nem uma palavra. Nem Fifa, nem Uefa, nem federações, nem ligas e muito menos governos. Está tudo na paz do Plati..., desculpem, do senhor. 

10) Corja imunda!


É para o lado que durmo melhor ver este tipo de negócios no Benfica, até porque no final do dia tudo fica na mesma. Tantos milhões feitos em transferências ao longo da última década e o Benfica continua a ser o 2º clube europeu com maior dívida. Mas, os benfiquistas é que sabem o que querem para o clube deles. Quanto a mim e ao Sporting, tenho é nojo e vergonha de ver o meu clube associado a esta corja imunda que há muito deveria ter sido banida do futebol. 

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quarta-feira, 26 de junho de 2019

Eu ainda sou do tempo...


Pode parecer mentira, mas eu ainda sou do tempo em que passar a gala Honoris Sporting de dia 1 de julho para 30 de junho (cantando parabéns depois da meia noite) deu tanta polémica, que os notáveis oposicionistas até decidiram fazer um almoço de aniversário privado, tal foi o grau de enfunamento. Almoço que até teve direito a directos televisivos. Vamos recordar:

A almoçarada dos "descontentes" 




Ainda antes da CMTV...


Um almoço que até contou com grandes reportagens dos canais de televisão. Deixo-vos com uns prints da Sporrtv. 







Olhó senhor Presidente da Mesa da Assembleia Geral



Na primeira imagem da notícia do Jornal Record de dia 2/07/2017, podem ver que o senhor Rogério Alves, actual presidente da MAG, foi um dos "tainantes". Portanto, o mesmo senhor Rogério Alves que se reuniu em almoço de contestatários devido à passagem da gala de 1 de julho para 30 de junho é o mesmo que não tem uma palavra a dizer sobre o cancelamento da gala do Sporting deste ano. Algo que vai contra o que está definido estatutariamente. Vamos recordar os estatutos ao senhor presidente da Mesa da Assembleia Geral. 



Onde anda esta gente?


Alguém viu Sérgio Abrantes Mendes, Duarte Moral, Isabel Trigo Mira, José Manuel Torcato, Mário Patrício, Miguel Salema Garção, Rogério Alves, Rúben Coelho, António Meirelles Moita, Gonçalo Santana Lopes, Miguel Marangas, Tomás Froes, Menezes Rodrigues, Zeferino Boal, Vitor Ferreira ou Vítor Espadinha?

É curioso que grande parte desta gente tenha tido presença diária nas televisões há cerca de um ano atrás, não é? Bem, mas voltando ao tema, fecho perguntando a estes senhores se não têm nada a dizer sobre o cancelamento da Gala Honoris Sporting? Não há rasgar de vestes? Não há manifestações públicas, não há tainada? Nada de nada? E por que será que os senhores jornalistas já não ligam a estes senhores tão simpáticos? "Gente de bem" e que efectivamente "sabe estar" merece ser ouvida, ou não?

E já agora o senhor presidente da MAG, representante máximo dos sócios, não tem nada a dizer sobre o incumprimento estatutário levado a cabo pelo Presidente Varandas e o seu Conselho Directivo? 

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segunda-feira, 24 de junho de 2019

"Fo*****", que bandalheira!


A época do futsal terminou e é tempo de fazer um balanço à época, falar um pouco dos episódios que envolveram a final deste ano e projectar o futuro. 

A melhor época da história que não me enche a alma


O Sporting teve nas suas mãos a oportunidade de fazer história no futsal português, ao tornar-se na primeira equipa a conquistar um tetracampeonato. Um campeonato que se iria juntar a uma Supertaça, uma Taça de Portugal e a uma Liga dos Campeões e que tornaria esta época na melhor época da história do futsal do Sporting e numa época praticamente irrepetível no futuro. 

Infelizmente, tal não foi possível e foi o Benfica a vencer. E aqui há que assumir sem problemas a tristeza e o desalento que esta derrota nos provoca. Vencer o campeonato depois de tudo o que conquistamos esta época não era a cereja no "topo do bolo". Era um grande pedaço do melhor "bolo" jamais confeccionado em Portugal. A tal cereja passaria apenas pelo facto de sermos os primeiros tetracampeões nacionais de futsal. 

Não me interpretem mal, a época já é a melhor de sempre da história do Sporting. Conquistar 3 títulos, sendo que um deles é o de campeão Europeu não deixa margem para outras interpretações. Mas face a tudo o que conquistamos, acaba por saber a pouco terminar a época desta forma. Sabe a pouco face à alma e talento que estes jogadores conseguiram levar para a final 4 da Champions League e que não conseguiram replicar nesta final do campeonato. Mas sobretudo, sabe a pouco por tudo o que esta secção tem feito ao longo dos anos. Por tudo o que estes rapazes têm dado ao Sporting. O mérito é deles que nos elevam a expectativa e a convicção na vitória a patamares altíssimos. Patamares que dignificam aquilo para o qual o Sporting nasceu. Ganhar tudo!

Nos momentos da derrota nascem novos objectivos. Foram precisas perder 3 finais europeias para chegarmos ao tão desejado título europeu. E lá chegamos. O borrego da Champions está morto. Agora o foco tem de estar virado para a época perfeita. É o novo objectivo! Enquanto o rival festeja, a nossa época começa agora. Corrigir o que correu mal e arranjar maneira de replicar o que correu bem. Na próxima época temos um campeonato e uma Taça da Liga para reconquistar, assim como temos Supertaça, Taça de Portugal e Champions para revalidar. 

Não tenho absolutamente dúvida nenhuma que é com a liderança da secção de Miguel Albuquerque, com a liderança técnica de Nuno Dias e com a liderança do balneário de João Matos que vamos conseguir a época perfeita. A época do "quintuplete". É esse o foco. É esse o objectivo. É isso que os Sportinguistas querem. E é já em 2019/2020. Tem de ser! Mãos à obra, leões!

Mas esta final do campeonato ficou marcada por uma série de episódios que não podem ficar sem análise.

Fo*****, que bandalheira - Parte I 


Infelizmente, perdemos o jogo 5 da final e as contas do Sporting nas redes sociais decidiram partilhar o seguinte:

Twitter:



Facebook:


Instagram: 


Quando olhamos para este post percebemos que foi algo planeado pelas redes do Sporting. A elaboração do vídeo, o texto escolhido e o facto de terem colocado no twitter, no instagram e facebook ao mesmo tempo, indicia isso mesmo. Ninguém poderá desculpar-se dizendo que foi um acto irreflectido. Curiosamente, depois de os posts serem invadidos de indignação por parte dos Sportinguistas, foram feitas alterações. O tweet foi o único que se manteve inalterado, sendo que no Facebook o post foi apagado e no Instagram o "f******" foi trocado por um hilariante "Fogoooo!"

Obviamente, isto não é maneira de o Sporting comunicar com os seus sócios e adeptos, especialmente após uma derrota dolorosa. Faço o reparo relativamente a este pormaior para que possa ser melhorada a relação das redes com os Sportinguistas.

Infelizmente, ocorreram situações bem mais graves durante a semana. Vamos a elas.

Fo*****, que bandalheira - Parte II 


Nessa semana ocorreu outro caso lamentável. Desta feita, relacionado com a venda de bilhetes aos sócios para apoiarem a equipa no jogo decisivo da final no pavilhão da Luz. Para um jogo desta importância, a bilheteira do Sporting abriu portas com uns incríveis 8 bilhetes para venda, sendo que todos os outros bilhetes atribuídos ao Sporting ficaram dentro de portas, para serem passados a claques, patrocinadores e convidados. Deixo-vos com a reclamação feita por um sócio do Sporting sobre esta matéria. Uma queixa no livro de reclamações do Sporting que merece ser lida pelos sócios. 



É vergonhoso que isto tenha acontecido e é algo que tem de ser imediatamente corrigido para nunca mais voltar a acontecer. É mais um caso de Sportinguistas que são tratados como clientes e não como sócios. É bom que os dirigentes do Sporting tenham bem a noção que caminho querem percorrer, mas sobre estas temáticas falarei mais tarde.

Infelizmente, houve um episódio bem pior do que os dois referidos anteriormente. 

As declarações de Miguel Albuquerque


Ao início da noite de dia 9 de junho - dia em que o Sporting perdeu o jogo 3 da final e ficou em desvantagem (2-1) na final - Miguel Albuquerque, director-geral das modalidades do Sporting fez um post no seu Facebook "profissional" onde abordou uma série de assuntos.

Link da publicação (aqui)
Esta declaração de Miguel Albuquerque pode ser dividida em quatro pontos:
1) começa por falar da arbitragem dos dois jogos perdidos pelo Sporting até então;
2) questiona a FPF quanto ao comportamento das claques no Benfica no pavilhão da Luz;
3) lança a notícia sobre um "acto de vandalismo de um tal grupo de adeptos ilegais" junto da entrada do multidesportivo de Alvalade onde "tentaram agredir os nossos atletas";
4) termina lançando dúvidas sobre as nomeações dos jogos seguintes.

Portanto, temos aqui uma declaração do director-geral do Sporting a disparar em várias direcções, sendo que o facto mais relevante que sai do post é mesmo o ponto 3, relativo às tais "tentativas de agressão". E aqui eu pergunto: se de facto existiram tentativas de agressão de membros das claques do Benfica a jogadores do Sporting, porque raio é que se misturam temas como arbitragem, nomeações ou questões federativas no mesmo post? Não são tudo questões menores quando comparadas com um ataque de uma claque rival aos atletas do Sporting à porta de nossa casa? Parece-me evidente. Também me parece evidente que juntar tudo no mesmo saco é retirar importância ao ocorrido.

A reacção do Benfica


O Benfica reagiu de imediato e nessa mesma noite divulgou o seguinte comunicado.


No comunicado do Benfica é dito que o clube foi "informado pela PSP que não existiu nenhuma ocorrência no perímetro do Pavilhão João Rocha entre adeptos do Benfica e atletas do Sporting."

O vídeo


Na manhã do dia seguinte às declarações de Miguel Albuquerque surgiram as seguintes imagens.


Nestas imagens o que se consegue ver é um agente da autoridade a falar ao telemóvel, enquanto dois sujeitos se afastam da porta do multidesportivo e aparentemente, "mandam umas bocas" a 3 elementos do futsal leonino que se encontram à porta do multidesportivo.

Fo*****, que bandalheira - Parte III


Foi preciso esperarmos 24 horas para haver uma reacção oficial do conselho directivo do Sporting CP, que através de comunicado afirmou o seguinte:

Link comunicado (aqui)

O comunicado do CD Sporting versa sobre o ambiente vivido dentro e fora da quadra no jogo 3, mas avança com um dado novo e muitíssimo relevante. Depois de Miguel Albuquerque ter falado em "tentativas de agressão", o CD do Sporting diz que "é inutil negar o óbvio: as agressões existiram e foram perpetradas por adeptos do Sport Lisboa e Benfica".

Miguel Albuquerque diz que ocorreram "tentativas de agressão", enquanto que o CD do Sporting diz que "as agressões existiram". Meus caros, em que ficamos? É absolutamente inaceitável que numa estrutura como o Sporting se cometam erros infantis como este. Como é possível que nem sequer se consiga manter coerência no discurso? Os Sportinguistas devem acreditar em quem? Em Miguel Albuquerque ou no Presidente do CD, Frederico Varandas?

Mas o amadorismo não ficou por aqui. Diz o CD do Sporting que o agente da PSP no local disse aos jogadores do Sporting que reportou o acontecimento às chefias. O Sporting acaba o comunicado a dizer que o clube e os jogadores vão participar o caso junto da PSP e da FPF. Ou seja, os jogadores do Sporting são vítimas de tentativa de agressão ou agressão - dependendo da versão em que acreditarem - e não há ninguém na estrutura do Sporting que faça queixa imediata às autoridades policiais e que preste o devido acompanhamento aos atletas e staff? O pior é que não fizeram a queixa na hora nem nas 24 horas seguintes, como se percebe pelo comunicado.

Onde andava a segurança do Sporting? 


Esta é a pergunta que os Sportinguistas fazem. Uma pergunta cuja resposta deve ser dada aos sócios por Ricardo Gonçalves, responsável de segurança da cidade Sporting. Curiosamente, falamos de um senhor já conhecido do grande público e não pelas melhores razões. Vamos recordar.

No passado dia 15 de Maio o Jornal Record divulgou algo que é no mínimo curioso. Vejamos:

Jornal Record - 15/05/2019
É curioso não é? O senhor Ricardo Gonçalves, responsável pela segurança de Alcochete aquando do ataque à equipa principal do Sporting foi promovido a director de segurança do Estádio mal o Presidente Varandas chegou ao poder. Isto quando o mais lógico e natural seria o seu despedimento. Recordo que falamos do mesmo senhor que foi avisado 15 minutos antes da chegada dos invasores a Alcochete e nem sequer teve a capacidade de... mandar fechar os portões.

Portanto, pergunto a este senhor o que é que ele e a sua estrutura de segurança fizeram para proteger os nossos atletas do ataque da claque do Benfica?

Mas ainda há outra pergunta que eu gostaria de deixar no ar. Quem conhece a entrada para o multidesportivo sabe que existe uma câmera de vigilância bem identificada no local. Deixo um print retirado do tal vídeo que andou a circular onde se vê claramente essa câmera.


Eu pergunto: onde está a gravação dessa câmera? Por raio é que esse vídeo com as tentativas de agressão ou agressões - dependendo da versão que acreditarem - ainda não viu luz do dia? Qualidade de imagem não deve faltar, até porque os Sportinguistas ainda se devem recordar que este sistema de videovigilância HD foi adquirido por Paulo Pereira Cristóvão a uns amigos, tendo custado a módica quantia de... meio milhão de euros.

Ficam estas perguntinhas no ar, para a estrutura do Sporting dar explicações aos associados.

Resumindo e fechando


Ora, o que nós temos então é um grupo de claqueiros do Benfica, que após um jogo de Futsal - que até venceram - decidem ir a Alvalade fazer uma espera aos jogadores do Sporting na tentativa de os agredir, sendo que o Sporting diz mesmo que os jogadores foram agredidos. Através deste ataque os sócios ficaram a saber que a estrutura de segurança do Sporting é incompetente e que as falhas de segurança são enormes. E ainda há a questão das imagens da câmeras de vigilância no local, que serviriam para identificar os agressores, mas que não há meio de aparecerem. Mais uma vez, a "incompetência" do senhor director Ricardo Gonçalves fica bem visível perante todos. Tudo isto sob a liderança do senhor que era responsável pela segurança de Alcochete aquando do ataque e que foi promovido a director de segurança do estádio pelo Presidente Varandas. O espectáculo de incompetência continua e é provável até que mereça nova promoção.

Como se a incompetência da segurança não fosse suficiente, os Sportinguistas tiveram ainda de levar com duas versões de responsáveis do Sporting que nem sequer são coerentes. O director das modalidades diz que existiram "tentativas de agressão", para 24 horas depois o CD do Sporting aparecer a dizer que "é inutil negar o óbvio: as agressões existiram e foram perpetradas por adeptos do Sport Lisboa e Benfica". Reitero a questão: em que ficamos meus senhores?

Independentemente de se tratar de uma tentativa de agressão ou de uma agressão é inaceitável que pelo menos o Sporting não tenha feito queixa às autoridades do sucedido, fiando-se na eventual palavra de um agente da PSP, que soa a clara desculpa de quem deveria ter apresentado queixa na hora, mas não o fez. Desculpem lá, sou só eu a achar que perante tentativas de agressão ou agressões de uma claque rival aos nossos jogadores, o Sporting deveria ter partido de imediato para as autoridades? Que raio passa na cabeça desta gente para não apresentarem queixa de imediato? Então e a investigação da polícia não fica prejudicada por isso? Perderam-se pelo menos as 24 horas seguintes ao crime ter sido cometido, que segundo os especialistas são as mais importantes de uma qualquer investigação. Sem queixa às autoridades como é que a polícia poderia encetar diligências para investigar e tentar capturar de imediato os agressores? É preciso ser um génio para ver isto? Se vos assaltarem a casa comunicam de imediato às autoridades ou esperam 24 horas? Já agora, onde anda o membro do conselho directivo com o pelouro pela segurança?

Aproveito a oportunidade para perguntar aos experts em direito se este caso não é também passível de ser enquadrado no crime de "terrorismo"? Será que o acto cometido pelos membros de claques ilegais do Benfica de fazerem uma espera para agredirem jogadores do Sporting não se enquadra nesta tipologia? É que a única diferença que vejo quando comparo o caso com Alcochete está na invasão de propriedade, uma vez que os meliantes encarnados terão ficado à porta do multidesportivo. E já agora, quem terá sido o autor moral deste ataque? Quanto a eventuais rescisões de contrato, parece-me que os jogadores do futsal do Sporting serão dignos e manterão a sua fidelidade ao clube.

Também gostaria de perguntar ao senhor presidente da República se não se sentiu vexado após este ataque? E na mesma linha, perguntar ao senhor secretário de Estado do Desporto e do Mirtilo se não tem nada a dizer sobre isto? Nem sequer sai um "comportamento imbecil"?

Para fecho de conversa, gostaria de questionar o CD do Sporting sobre se já foram apuradas responsabilidades por esta falha de segurança? Ou este "apuramento" está perdido no fundo da mesma gaveta onde está o dossier de apuramento dos responsáveis pela divulgação da auditoria? Citando o comunicado do Sporting, "é inútil negar o óbvio", a gestão do Sporting é uma autentica bandalheira. Mas enfim, é o que temos. Mais depressa o CD aproveita este ataque para fazer um vídeo de paródia para a campanha da Gamebox Modalidades, do que defende os nossos atletas, os sócios e o Sporting.


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quinta-feira, 13 de junho de 2019

O "dossier" Bruno Fernandes


Fechada a época, é tempo de analisar um dos dossiers mais importantes do verão leonino: a eventual transferência de Bruno Fernandes. Vamos por partes.

O ingresso no Sporting



A 27 de Junho de 2017, Bruno Fernandes foi apresentado oficialmente como jogador do Sporting. O atleta custou aos cofres do clube cerca de 9,7 milhões de euros, tendo entrado directamente para o pódio da lista de jogadores mais caros da história do clube, sendo só superado por Acuna e Bas Dost.

Bruno Fernandes assinou um contrato de 5 épocas e ficou com uma cláusula de rescisão de 100 milhões de euros. É importante recordar estes pormaiores porque são demonstrativos da fé que o Sporting depositou no jogador, ao investir tanto dinheiro e a colocar-lhe esta cláusula milionária. Se bem se recordam, na altura foram muitos os que gozaram com a administração do Sporting por causa desta cláusula milionária. É engraçado que não os vejo a gozar agora. 

Mais uma vez, há que reconhecer o mérito a quem o tem. A administração de Bruno de Carvalho já tinha sido pioneira na atribuição de valores fixos para as cláusulas de jogadores (30M para defesas, 45M para médios e 60M para avançados). Em 2013 o clube foi ridicularizado pelos comentadores da praça e pelos rivais, para no ano seguinte esses mesmos rivais estarem a utilizar o mesmo método.  

Deixo a recordação de um post maravilhoso do Artista do Dia onde está espelhada a opinião magnífica de Rui Pedro Braz - (aqui)

Ainda relativamente a este contrato inicial é muito importante recordar que a Sampdória ficou com o direito a 10% da mais-valia futura

A primeira época e a rescisão


Em 2017/2018, Bruno Fernandes demonstrou logo toda a sua capacidade, tendo marcado 16 golos e feito 20 assistências. Uma época em que foi consagrado oficialmente como o melhor jogador do campeonato português 17/18.

Se recuarmos até ao início do mês de maio de 2018, quando faltavam duas jornadas na Liga e a final da Taça, o Sporting estava a fazer uma época muito positiva. Na Liga dos Campeões não conseguimos a qualificação para a fase seguinte, mas batemo-nos bem contra colossos com Juventus e Barcelona. Na Liga Europa caímos nos quartos contra o Atlético de Madrid, que viria a ganhar a prova. Em termos nacionais já tínhamos ganho a Taça da Liga, estávamos na final da Taça de Portugal e estávamos a lutar pelo título. Na penúltima jornada recebemos o Benfica e uma vitória garantiria de imediato o 2º lugar e a Champions League e levaria a decisão do campeonato entre Sporting e Porto para a última jornada. Infelizmente, sabemos bem tudo o que aconteceu nesse intervalo temporal.

A 11 de Junho de 2018, Bruno Fernandes rescindiu contrato com o Sporting. Precisamente no mesmo dia em que foram anunciadas as rescisões de William Carvalho, Gelson Martins e Bas Dost. Isto depois de Rui Patrício e Podence terem apresentado as cartas de rescisão no início desse mês.

O regresso 



A 10 de Julho, o Sporting oficializou o regresso de Bruno Fernandes ao Sporting. Na conferência de imprensa de "apresentação" do jogador, Sousa Cintra garantiu aos Sportinguistas que não tinha sido gasto um cêntimo com esta "renovação" e que o jogador tinha voltado nas mesmas condições.

Sportinguistas enganados - Parte I


Hoje já toda a gente percebeu que os Sportinguistas foram enganados neste e noutros negócios dos tempos da comissão de gestão. A verdade está aí e diz que na renovação de contrato o empresário do jogador recebeu 1,6 M de comissão, conforme se pode ler nos relatórios e contas da SAD.

Pag. 31 ReC Semestre 18/19

Importa ainda dizer que Miguel Pinho, empresário de Bruno Fernandes, já tinha facturado 850 mil euros aquando da contratação do atleta por parte do Sporting. Ora, 850 mil euros a somar a 1,6M dá qualquer coisa como 2,5M de euros em comissões no espaço de uma ano. Mais do que o vencimento anual do próprio atleta.

Sportinguistas enganados - Parte II


Continuo sem compreender o porquê de os seus empresários garantirem 1,6M de comissão do Sporting sem que tenham feito algo de positivo em todo o processo. O jogador regressou ao Sporting por vontade própria e por ter reconhecido o seu erro. Tanto assim foi que o quis fazer tendo como ponto de honra regressar nas mesmas condições que tinha inicialmente. Oferecer 1,6M aos empresários que só influenciaram a cabeça do atleta para rescindir com o Sporting é um verdadeiro crime, na minha opinião. Mas se isto já era mau, pior ficou quando os Sportinguistas ficaram a saber da existência de um aditamento ao contrato com uma cláusula "especial".


No início de maio, a sede de protagonismo do inenarrável Luís Marques levou-o a dar uma entrevista na Sporttv, onde decidiu abordar assuntos internos da vida do clube, relacionados com a sua passagem pela comissão de gestão. No meio da entrevista deixou escapar algumas novidades relacionadas com a forma como Bruno Fernandes regressou ao Sporting. Declarações que obrigaram o Sporting a vir a terreiro - através de uma fonte - explicar que foi feito um aditamento ao contrato, que obriga o clube a indemnizar o jogador e o seu empresário em 5M, caso o clube rejeite alguma proposta igual ou superior a 35M.

Para já é isto que se sabe dos contornos do regresso do jogador ao Sporting. Esperemos que os sócios não sejam brindados com mais originalidades.

Capitão!?


Obviamente, depois de rescindir com o Sporting, Bruno Fernandes nunca poderia assumir o papel de capitão de equipa esta época. Esta escolha foi uma completa falta de respeito pelo Sporting, pelos seus sócios e até pelos jogadores que não rescindiram. Um erro cuja responsabilidade é de Sousa Cintra e José Peseiro. Recordo que no início da época Bruno Fernandes ficou como sub-capitão atrás de Nani.

Importa também dizer que Frederico Varandas também tem responsabilidades nesta matéria. Não sendo ele o responsável pela atribuição da braçadeira, poderia e deveria ter rectificado o erro mal foi eleito presidente do Sporting. Mas lá está, isso era o que eu gostava de ver um presidente do Sporting fazer. Algo que não é o "estilo" do Presidente Varandas, que inclusivamente durante o seu mandato convidou um dos jogadores que rescindiram para assistir a um jogo nos camarotes do Sporting. 

Um craque incrível


O facto de achar inconcebível que tenha sido escolhido para capitão, não me impede de ver aquilo que toda a gente vê. Bruno Fernandes foi de muito longe o melhor jogador a jogar em Portugal esta época. Não só pelos incríveis 32 golos marcados e pelas 17 assistências para golo. Uma época que consagrou o atleta como o médio com mais golos na história dos campeonatos europeus. Só isto bastaria para definir o nível do jogador.

Mas Bruno Fernandes é muito mais do que assistências e golos. É um jogador que percebe todos os momentos do jogo. É um jogador que joga a 6, a 8, a 10, ao lado do ponta de lança, a ala e até a defesa direito se for preciso. A sua cultura táctica permite-lhe tudo isto. Sabe perfeitamente os terrenos que tem de pisar para dar o que a equipa precisa e sabe estar nos momentos certos a compensar os seus colegas. É um atleta que mete a bola onde e como quer, quer seja no passe quer seja em remate, com uma técnica sublime. Aliado a tudo isto consegue ser um atleta focado no jogo e raçudo na disputa de bola. Que não restem dúvidas, para mim o Bruno Fernandes desta época foi dos melhores jogadores que passaram pelo Sporting em toda a sua história.

Uma boa decisão para ambas as partes


Tendo em conta as declarações do jogador aquando do regresso e as que tem vindo a fazer nos últimos meses, parece-me evidente que no período de tempo que esteve sem vinculo, percebeu que os grandes clubes europeus não tinham interesse em contratar um atleta em litígio com o Sporting. É que os grandes clubes europeus não estão só preocupados apenas com a qualidade técnica dos atletas. Neste sentido, Bruno Fernandes percebeu rapidamente que tinha de "sair do Sporting pela porta grande e não pela porta pequena", para usar uma expressão do jogador.

O recuo de Bruno Fernandes acabou por ser bom para ele e para o Sporting. Com o seu regresso o Sporting conseguirá agora fazer uma venda muito superior ao montante que iria receber no processo contra o jogador, uma vez que a valorização da indemnização está vinculada ao valor de mercado na data em que rescindiu. Ora, Bruno Fernandes vale hoje muito mais do que valia no final de 17/18. Por sua parte o jogador também ficou a ganhar, uma vez que conseguiu mostrar dentro de campo toda a sua valia e agora tem a oportunidade de escolher qual o projecto desportivo que mais lhe interessa, sabendo que não irá para um Bétis ou para um Wolves desta vida, mas sim para um dos grandes clubes europeus do momento. 

Jackpot


É por tudo isto que estamos perante aquela que será a maior venda de sempre de um clube em Portugal e uma das maiores da história do futebol europeu. Neste momento a maior venda da história do futebol português é a transferência de Hulk do Porto para o Zenit por 60M. Em termos leoninos a maior venda foi a transferência de João Mário para o Inter por 40M+5M em 2016. Números que serão pulverizados por um jogador que aos 24 anos já sabe tudo o que há para saber sobre o jogo. Um verdadeiro treinador em campo.

Olhando para todas as variáveis parece-me que o valor justo por um jogador como Bruno Fernandes no mercado actual é de 80 milhões de euros. Refiro-me a um valor fixo, sem comissões a agentes e sem cláusulas adicionais, até porque o Sporting terá de pagar a mais-valia à Sampdoria. Seria absolutamente vergonhoso ver o Sporting pagar um cêntimo que fosse a um agente para vender o jogador. Seria como dar uma comissão a alguém para vender água no deserto. 

Se fosse eu o Presidente do clube era este o valor que aceitava para vender o jogador. Se não aparecesse uma proposta desta grandeza, recompensaria o jogador de uma de duas formas: ou ele e o seu empresário receberiam os tais 5 Milhões estipulados na vergonhoso aditamento ao seu contrato feito pela comissão de gestão e manteria o contrato actual, ou então o jogador/empresário abdicariam desse montante e seria feito novo contrato, dando ao atleta o maior vencimento de todo o plantel, mas sem que o seu empresário recebesse um cêntimo por essa renovação. Afinal de contas já levou para casa 2,5M em apenas um ano.

Notas finais


Como sempre disse, quando os negócios se apresentam vantajosos para o clube há que os fechar. No Sporting não há nem podem haver insubstituíveis nem imprescindíveis. Sai um jogador, entra outro, como aconteceu com Slimani vindo Bas Dost ou com João Mário vindo Bruno Fernandes. Posto isto, espero sinceramente que o negócio se realize por estes valores, que permitirão dotar a equipa de várias soluções para atacarmos em força o grande objectivo: o título de campeão nacional. 

Quanto ao jogador em causa, é-me indiferente. Nunca terei particular respeito ou admiração por ele depois de ter feito o que fez com o clube e sabendo que regressou porque percebeu que as portas dos grandes clubes europeus estavam fechadas. Contudo, o facto de ter regressado e o comportamento que teve durante a época coloca-o numa situação diferenciada quando comparado com filhos da casa que levaram as rescisões até ao fim.

Prefiro guardar o meu respeito e admiração para com jogadores que podiam ter optado pelo caminho fácil e rescindido com o clube para irem ganhar mais para outro lado, mas não o fizeram. Respeitaram o Sporting e os seus milhões de adeptos, que não têm culpa nenhum dos actos de um bando de delinquentes. Felizmente, há muitos jogadores nessa situação, mas personifico no uruguaio Coates que teve um comportamento exemplar durante todo o processo de rescisões e durante toda a época. Esse sim, tem o meu respeito, a minha admiração e o meu agradecimento por ter tomado a atitude correcta. Este sim, merece envergar a braçadeira de capitão do Sporting Clube de Portugal. 

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