sábado, 10 de outubro de 2020

O "Trabalho invisível"

Todos os dias os Sportinguistas são brindados com uma nova fantochada por parte da Conselho Diretivo e da Administração da Sporting SAD. Ontem, o brinde saiu através da capa do Jornal Record e do Correio da Manhã, os jornais amigos da Cofina. 

A Capa


"Sporting processa Benfica". Uma manchete absolutamente explosiva do Jornal Record. Devo confessar que adoro imagem escolhida pelo Record para ilustrar Frederico Varandas. Um homem pensativo a olhar para o futuro. Um futuro com "cabeça, membros e pernas". Uau, que grande líder. Melhor do que isto, só colocando uma daqueles fotografias que Frederico Varandas publica no seu Instagram dos tempos de tropa. Para a próxima pensem nisso, amigos do Jornal Record. Dava-lhe um ar mais bélico. 

Na capa do Correio da Manhã, a mesma narrativa do "Sporting processa Benfica".

Bem, eu admito que quem esteja pouco familiarizado com a vida interna do clube olhe para esta capa e pense algo do género: "Muito bem a direção do Sporting a atacar o Benfica". É precisamente esse o efeito pretendido pelos jornais oficiais de propaganda de Frederico Varandas. Só que da propaganda à realidade vai uma longa distância. 

Trabalho invisível


Vejamos a notícia do Record com olhos de ver.


Portanto, o incêndio no estádio da Luz ocorreu em 2011, nos tempos do Presidente Godinho Lopes. O processo correu na justiça desportiva e em 2013 o Sporting foi condenado a pagar 360 mil euros pelos prejuízos. Em 2015, já com o Presidente Bruno de Carvalho, o Sporting avançou com uma ação no Tribunal Judicial de Lisboa por discordar que os prejuízos tenham sido imputados na totalidade ao Sporting. Em 2017, o tribunal rejeitou as pretensões do Sporting, mas deu como provado que o momento da evacuação dos adeptos do Sporting foi decidido pela PSP. Razão pela qual o Sporting recorreu para o Supremo Tribunal de Justiça, que agora terá deliberado que o processo regresse à primeira instância para nova deliberação. 

Ou seja, falamos da mesma ação interposta pela direção de Bruno de Carvalho em 2015, e que está a correr a sua tramitação legal, tendo agora "descido" novamente à 1ª instância por decisão do Supremo Tribunal de Justiça. E aqui não há nada a dizer da notícia em si, uma vez que são dadas informações corretas. O problema está na chico-espertice utilizada nas capas do Record e do Correio da Manhã.

Que fique claro que Frederico Varandas e a sua direção não processaram o Benfica. Aliás, neste caso em concreto não mexeram mesmo uma única palha. Bem, tendo em conta o histórico de Frederico Varandas e seus pares, até foi bom, não fossem eles estragar o trabalho feito anteriormente nesta matéria. Portanto, neste caso nunca poderia ser aplicado o "Sporting processa Benfica". Quanto muito, poderiam aplicar um "Sporting processou Benfica", mas isso seria dar uma notícia com 5 anos de atraso.

Para fechar

Curiosamente, esta encomenda na capa do Record surge no dia seguinte à apresentação dos números relativos às transferências de jogadores no mercado de verão. Quando a agenda mediática deveria estar marcada pela análise a esses números, à qualidade dos jogadores contratados, e sobretudo, aos jogadores que ficaram por contratar, o Sporting coloca no colo da Cofina um tema para se sobrepor a estas matérias.

Como quem não quer a coisa, recauchutam comportamentos incorretos das claques em 2011 e recordam a guerra interna que travam contra elas, adicionando à receita um pedido em tribunal de abandono das sedes. Parece-me evidente que esta é na realidade a única luta que querem travar. A luta que lhes interessa é contra as claques e não contra o Benfica. Se os "encarnados" fossem o alvo, o Sporting de Frederico Varandas teria recorrido do processo e-toupeira e teria processado o Benfica pelo caso Bruma. Vergonhosamente, não o fizeram. 

Este novo livro da luta contra as claques teve hoje o seu preludio, mas rapidamente entraremos a sério nos capítulos principais deste livro, com o mais que previsível regresso dos adeptos aos estádios, a curto prazo. Se já antes da pandemia andavam a enxovalhar sócios com Gamebox na Superior Sul, obrigando-os a tirarem os sapatos para entrarem na sua casa, esperem para ver a forma como vão tentar condicionar a atribuição de bilhetes para excluírem de Alvalade adeptos indesejáveis, carinhosamente tratados por "escumalha". 

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2 comentários:

  1. Reposicionar o assunto,pois andam por aí muitos distraídos. Perfeito, Mister. SL

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  2. Fazem de nós gato-sapato, não sei se algum dia voltaremos a reaver a dignidade de ser Sporting. Os estragos que entretanto foram feitos podem ser irreversíveis.

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