quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

O "poder" da arbitragem


A Liga e o CA da FPF andam aos atropelos e com ultrapassagens caricatas. Esta semana assistimos, uma vez mais, a um teste do vídeo-árbitro, e até aqui tudo bem; curioso é que quem promoveu esse teste foi a Liga e não a FPF. Realmente, o nosso país é demasiado grande para existirem duas instituições a efetuar testes deste género. Ironias à parte, parece uma ‘guerrinha’ entre as duas partes ultrapassando todos os limites da razoabilidade. Para alimentar mais a polémica, a Liga decidiu ‘nomear’ um ex-árbitro para fazer parte do teste, contrariando o processo defendido pela FPF. A verdade é que a FIFA/UEFA permitem que sejam "árbitros retirados recentemente e que tenham alcançado o patamar mais alto" a efetuar os testes e até mesmo continuar depois do sistema implementado. Atendendo a que é uma questão referente à arbitragem, não seria lógico ser a FPF a liderar esse processo? Será que a Liga quer voltar a ‘controlar’ a arbitragem? Seria importante uma tomada de posição firme, respondendo a todas estas questões. 

Contrariando o habitual, o árbitro da final da Taça CTT foi ‘impedido’ de estar presente da conferência de imprensa na véspera do jogo. Esta decisão deverá ter partido do CA da FPF mas era importante saber os motivos reais. Ficam as dúvidas: será uma tomada de decisão da FPF para mostrar quem manda na arbitragem? Será opção do próprio árbitro porque a ‘pressão’ do jogo era demasiada? Será que as ‘más’ relações atuais entre Liga e CA da FPF são mais importantes do que o espetáculo que todos pagamos? O povo dispensa estas ‘guerrinhas’ entre ‘personalidades’, porque o mais importante são as instituições e o que elas significam para a sociedade. As pessoas passam e as instituições permanecem. Para refletir e não esquecer...

Texto de Marco Ferreira publicado hoje pelo jornal Record

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