segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Alguém vai ser despedido...


Nos últimos tempos, tive a oportunidade de ler duas crónicas muito interessantes no jornal Abola e Record. Aqui ficam: 

Este Futebol é um nojo


Há mais de 40 anos que o futebol cá do burgo anda pelas ruas da amargura. Depois de décadas de vergonha que o título ‘Apito Dourado’ bem definiu. Ao ser encerrado este período das trevas, quem amava de verdade o futebol respirou de alívio e acreditou que chegava um mundo novo, finalmente a verdade desportiva.

Mas a palhaçada agravou-se, a credibilidade afundou-se ainda mais e os resultados falseados tomaram proporções de ridículo. Bem pode Rui Vitória vir dar conferências de imprensa em tom de bom rapaz, com ar de treinador supercivilizado, que não branqueia os pontos ganhos por arbitragens miseráveis.

O campeonato ganho o ano passado pelo Benfica foi chamado, e bem, de ‘campeão do colinho’. Contudo, não ficou por aqui e este ano o regabofe continua.

Nas últimas jornadas, o requinte foi apurado e burilado. No jogo com o Sporting, Pizzi carambola, dentro da sua área, com as duas mãos em andebol do melhor, e arranca para jogada decisiva. Na maior confiança e noutra jogada dentro da área, Nélson Semedo ‘amanda-se’ à bola com a mão, faz o corte e assim o andebol continuou, o Benfica arrecadou três pontos e o árbitro amealhou excelente pontuação. Isto é beber do fino.

E segue-se o Estoril, Bruno Paixão, por intuição, assinala um penálti – a favor do Benfica, claro – e os encarnados, com o golito daí resultante, somaram mais uma vitória. Fogo à peça, que os ventos estão de maré.

Mas a coisa tinha de ser mais abrangente e era preciso atacar a norte, porque o FC Porto começava a pôr a cabeça de fora, e vai daí a arbitragem anula um golo limpo a André Silva, contra o Chaves. Os dragões lá tiveram, em grande aperto e pressão, de marcar três golos, para valerem dois e ganharem o jogo.

Títulos destes até eu com a minha avó às costas os ganhava.



Crónica de Alberto Rosário no Record de 26/12/2016

Fábrica do Sporting iguala La Masia


FANTÁSTICA consagração mundial de Cristiano Ronaldo no ano de ouro do futebol português e da Academia de Alcochete, que tem o seu nome umbilicalmente ligado à maior vitória de sempre do desporto nacional: a conquista do Euro 2016. Por alguma razão Aurélio Pereira foi convidado pelas televisões, rádios e jornais a comentar o enésimo sucesso do maior futebolista português de sempre, que até reuniu mais do dobro dos votos do rival Messi. 

Lógico: foi Aurélio quem o moldou, o formatou, e o preparou para ser lançado na equipa principal do Sporting - o que aconteceu por decisão do romeno Laszlo Bölöni, o homem que também lançou Ricardo Quaresma. Não sei se Aurélio Pereira e o Sporting têm noção do que significou a quarta Bola de Ouro de Ronaldo. Significou «apenas» isto: que a formação do Sporting igualou a Academia do Barcelona (La Masia) como o maior produtor mundial de Bolas de Ouro - vão cinco !!!, juntando-se o sumptuoso «tetra» de Cristiano (2008, 2013, 2014 e 2016) ao triunfo de Luis Figo em 2000. 

A cantera do Barcelona também tem cinco Bolas de Ouro, todas conquistadas por Lionel Messi, havendo depois quatro academias com três Bolas de Ouro no currículo: a do Ajax (Cruyff), a do UVV Utrecht (Marco van Basten), a do Nancy (Michel Platini) e a do River Plate (Alfredo Di Stefano e Omar Sivori). (......)

É claro que o triunfo de Cristiano tem vários progenitores, cada qual com méritos especificos em momentos diferentes da sua carreira. O Sporting será sempre o ponto de partida, o formador, e Aurélio Pereira o oleiro que moldou o barro. Pode e deve reclamar essa paternidade com mais que justificado orgulho. E devia fazê-lo com redobrada insistência, já que Alcochete continua a produzir diamantes de elevadissimo quilate – olhem só o Gelson. Quem não faria o mesmo? (imaginem as reacções das «máquinas» propagandísticas benfiquista e portista se algum dia um futebolista formado no Seixal ou no Olival for considerado o melhor do Mundo !...). 

Mas é perfeitamente óbvio que Cristiano nunca se teria tornado o que se tornou se não tivesse ido parar às mãos de um ganhador compulsivo como Alex Ferguson no Manchester United; e nunca teria chegado onde chegou, em termos desportivos, mediáticos e financeiros, se não tivesse traçado - e cumprido! - o objectivo de representar o maior clube do Mundo, o Real Madrid, onde Cristiano chegou no auge das suas capacidades e se fez, definitivamente, um futebolista para a eternidade. Cristiano é, portanto, um «produto» elaborado pelo Sporting, aperfeiçoado pelo Manchester United e concluído pelo Real Madrid. E por ele próprio, com o seu inigualável e omnipresente carácter de vencedor, sua ânsia de superação, a sua férrea determinação de ganhar, de cortar a meta em primeiro. Creio que nesse particular – o CARÁCTER – Cristiano será porventura superior a Pelé e Maradona. Talvez o maior animal de competição que o futebol conheceu.

Em suma. Parabéns a Alcochete pela quinta Bola de Ouro no historial cinco meses depois de contribuir com dez jogadores - Rui Patricio, Cédric Soares, José Fonte, William Carvalho, Adrien Silva, João Mário, João Moutinho, Nani, Ricardo Quaresma e Cristiano Ronaldo – para a maior vitória de sempre do futebol português no Euro 2016. Alcochete é certamente umas das marcas portuguesas mais prestigiadas no estrangeiro (veja-se como Gelson já traz o selo de qualidade colado ao apelido…) e o sucesso reiterado na produção de grandes jogadores deveria funcionar não como motivo de inveja ou azia, mas como exemplo e inspiração às academias dos clubes concorrentes. 

Parabéns a Cristiano Ronaldo pela 4.ª Bola de Ouro da carreira – extraordinária carreira ! Parabéns ao Real Madrid de Florentino Perez (e Manuel Pellegrini, José Mourinho, Carlo Ancelotti, e Zinedine Zidane...) por ter feito de Cristiano «o» futebolista total. Parabéns a sir Alex Ferguson e ao Manchester United por terem feito do promissor Cristiano um futebolista de classe Mundial. Last but not the least, parabéns ao mestre Aurélio Pereira, ao Sporting e a Lazlo Bölöni por terem feito de um habilidoso magricelas Madeirense o protótipo do maior desportista Português de todos os tempos. Orgulho de um País. O nosso.

Crónica de André Pipa no jornal Abola de 15/12/2016

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8 comentários:

  1. O André PIpa, portista de coração, é um dos poucos Jornalistas com J GRANDE! Como ele há 2 ou 3 e não mais!

    O outro caso é um artigo de opinião, segundo me parece. Não tem nada a ver... Opiniões destas, e doutras, há por aí à vontade!

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  2. Se o primeiro fosse um artigo escrito por um profissional do ramo iríamos ver uma espécie de fim do mundo em cuecas... mas só o facto de ter sido publicado nesse pasquim já dá para gozar um bocado o prato. Será que já se aperceberam que lhes fazem falta os leitores leoninos? Quanto ao texto do André Pipa é de saudar alguém que tenha a humildade e gratidão para escrever isto, nunca iria adivinhar que o hontem era portista.

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  3. Felizmente ainda existe gente honesta e digna de ser chamada de jornalista, no caso André Pipa, e cronistas que não têm medo de "chamar os bois pelo nome" como é o caso de Alberto do Rosário que já tem desancado o Sporting e quando o tem feito tem razão. Os sportinguistas não querem favores de ninguém só querem coragem, verdade e transparência no futebol nacional. SL

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  4. Amanhã o brochista Farinha já escreve uma crónica de desagravo ao seu merdica.

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  5. Como eles são muito raros estes jornalistas (arriscam-se a represálias por ver o que toda a gente que não é cega vê) !...

    E não é só o Ronaldo e o Figo, são catadupas deles!... para verificar que o nível de enviesonamento e batota é tão grande, que nenhum deles foi campeão pelo Sporting, quando mais que mereciam... não foi só o ano passado...

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  6. Andre Pipa ja te tinha em muito boa conta agora subiste mais uns pontos es un grande jornalista, mas atenção, como diz o mister esta cronica pode custar te i emprego nesse jornal do benfas..SL

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  7. Não há perigo de serem despedidos. Isto é autorizado apenas para tentarem mostrar que não são braço armado do estado lampiânico. Só acontece de 6 em 6 meses.
    É como fazem os árbitros quando num jogo sem importância, que já estamos a ganhar, deixam passar um fora-de-jogo ou um penalty contra o Sporting para que a propaganda grite a plenos pulmões que afinal o Sporting é beneficiado.

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